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Cobrado pelo silêncio, Aécio diz que caberá a Cunha se defender

Presidente do PSDB responde a provocações de parlamentares e diz ainda que 'o foco principal' é o governo do PT

Por Ricardo Brito
Atualização:

Brasília - Cobrado em plenário por senadores do PT por silenciar-se diante das denúncias que envolvem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta tarde que caberá ao peemedebista se defender das "gravíssimas acusações" que recaem sobre ele. Mas fez questão de rebater os petistas ao destacar que eles buscam desviar o foco do que é essencial, as acusações que podem levar a presidente Dilma Rousseff ao impeachment.

"Em relação à nossa aliança com Cunha, já dissemos isso de forma clara. As oposições já se manifestaram inclusive pelo seu afastamento. Agora é fundamental que o foco principal dessas denúncias não se perca. E o foco é o governo do PT", disse o tucano, horas após o PSOL e a Rede terem apresentado um processo de quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara no Conselho de Ética.

Aécio Neves (PSDB-MG), com Paulinho da Força (SD-SP) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante as comemorações do Dia do Trabalho Foto: Nilton Fukuda/Estadão

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Em plenário, o presidente do PSDB foi cobrado pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e outros parlamentares petistas sobre o fato de que a oposição ter feito uma aliança com Cunha para não cobrá-lo em relação às acusações de que ele mantém contas no exterior não declaradas legalmente, parte dos recursos desviados da Petrobrás.

Em entrevista com jornalistas, o tucano repetiu também o que disse no plenário, que a aliança do PSDB e das oposições é com 70% da população brasileira que percebe que o governo não tem mais capacidade para governar.

Questionado se a nota divulgada no sábado, 10, em que líderes da oposição na Câmara pediram o afastamento de Cunha foi previamente combinada com o presidente da Casa, Aécio respondeu não ter conhecimento disso. Afirmou que a nota feita pelos líderes da Câmara está valendo.

"É um sentimento majoritário nas oposições em relação à gravidade das denúncias que recaem sobre o presidente da Câmara dos Deputados", disse. "O que não vamos é cair na armadilha de retirar o foco central do que o Brasil vive hoje: a corrupção institucionalizada pelo PT que teve inúmeros beneficiários no PT e nos seus aliados", criticou.

Supremo. O tucano disse que ainda se está analisando o teor das decisões liminares concedidas esta manhã pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que suspenderam temporariamente o rito adotado por Cunha para tratar dos pedidos de impeachment contra Dilma. Ele destacou que, obviamente, as decisões têm de ser respeitadas, desde que não se retire uma prerrogativa constitucional do Poder Legislativo.

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O presidente do PSDB disse ainda não ter informações se a bancada do PSDB da Câmara vai recorrer das decisões liminares. Caberá aos deputados do partido, frisou, tomar essa decisão. "Não temos ainda as informações necessárias para analisar as suas consequências", disse.

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