Coalizão do governo está 'capenga', dispara Renan Calheiros

No dia seguinte ao encontro entre lideranças do PMDB e ministros do governo Dilma em busca de consensos, presidente do Senado diz que partido não 'cumpre seu papel'

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Por Ricardo Brito
Atualização:

Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reclamou nesta terça-feira, 24, que a coalizão do governo da presidente Dilma Rousseff está "capenga". A queixa do peemedebista se deu horas depois do jantar realizado no Palácio do Jaburu, na segunda-feira, 23, residência oficial do vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, que contou com a presença de integrantes da equipe econômica do governo e do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. No encontro, a cúpula peemedebista afirmou aos integrantes do governo que não é chamada a participar das principais discussões do Executivo, sendo acionada apenas nos momentos de dificuldade. "O PMDB quer dar um fundamento à coalizão, quer participar da definição das políticas públicas. Essa coalizão, ela é capenga porque o PMDB, que é o maior partido, do ponto de vista da coalizão, ele não cumpre o seu papel", afirmou Renan, na chegada ao Senado nesta manhã.

Opresidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reclamou nesta terça-feira, 24, que a coalizão do governo da presidente Dilma Rousseff está "capenga". Foto: André Dusek/Estadão

Setor público. Renan sinalizou que o partido vai apoiar o pacote de medidas enviadas pelo governo ao Congresso, que restringe as regras de concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários. Mas fez questão de ressaltar que é preciso "aprofundar o ajuste" e disse que "o setor público também tem que pagar uma parte da conta". "O ajuste tem de cortar no setor público, a sociedade não entenderá se só a população mais pobre pagar a conta do ajuste", afirmou Renan, ao frisar que não se pode "transferir" a conta do ajuste exclusivamente para a sociedade. Numa referência indireta ao PT, o presidente do Senado disse que não se pode ter um governo de um partido hegemônico ao mesmo tempo em que o maior partido do Congresso, o PMDB, seja parte da coalizão sem ter "papel na definição das políticas públicas". Renan elogiou a realização do encontro dessa segunda, classificando-a de "muito boa" e "qualitativa".

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