Cid Gomes reaparece e defende ajuste fiscal do governo Dilma

Ex-ministro não fazia aparições públicas desde abril, quando foi demitido após dizer que na Câmara havia de 300 a 400 achacadores

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Por Carmem Pompeu
Atualização:

Fortaleza - Em sua primeira aparição pública desde abril, quando protagonizou um embate com o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) após dizer que na Casa havia de 300 a 400 achacadores, o ex-ministro da Educação Cid Gomes (PROS) saiu, nesta segunda-feira, 22, em Fortaleza, em defesa da presidente Dilma Rousseff ao afirmar que "ninguém faz ajuste impunimente". "O governo assumiu o segundo mandato com uma agenda imposta pela realidade de fazer ajustes. E ninguém faz ajustes impunemente. É natural que pessoas reclamem, se queixem e sofram com isso", disse. 

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Ao defender a redução do acesso ao seguro desemprego, proposta pelo governo, Cid afirmou que a medida resultaria em "por fim a uma farra". "Dizer que é cortar direito de trabalhador pôr fim a uma farra que era essa história de seguro-desemprego? Pessoa trabalhava seis meses e tinha direito a seis meses sem trabalhar. Isso não é direito de trabalhador. Isso é farra com dinheiro público", disse ele ao participar de uma reunião com empresários e ex-governadores organizada pelo governador Camilo Santana (PT) no Palácio da Abolição, sede do governo cearense.

Na mesma reunião, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PROS) disse que o governo da presidente Dilma Rousseff paga "um preço impagável" na aliança com o PMDB e não recebe a "mercadoria". "Esse é o pior dos mundos. Quer dizer, deslustra a própria autoridade central da presidente da República entregando uma tarefa inerente à sua liderança, que é a liderança política, e não entrega de volta nada. A não ser mais chantagem e mais pretexto para denúncia ladroeira, de corrupção, de roubalheira. Fica assim: a Dilma, que é séria, respondendo à picaretagem de uma turma que não é a dela", afirmou o ex-ministro no Palácio da Abolição, sede do governo cearense, durante reunião com empresários e ex-governadores organizada pelo governador Camilo Santana (PT).

Pesquisa. Para Ciro, que atualmente ocupa cargo na diretoria da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Dilma precisa mudar de rumo ou corre o risco de não concluir o mandato. "Eles (o governo Dilma) estão errando 100%. Erram na política. Erram na interlocução. Erram na escolha dos valores simbólicos. E tem um ambiente que não é propriamente neutro para examinar isso. Ao contrário, a grande mídia dita nacional, que é a mídia de São Paulo e com uma fração do Rio, que pertence a cinco famílias e a uma igreja, cuida de hipertrofiar esses erros que são tremendos, inexplicáveis", disse.

Ciro também comentou a pesquisa Datafolha divulgada no sábado que mostra que o índice de reprovação ao governo Dilma bateu novo recorde e chega a 65%. A taxa, a pior já registrada pela petista, subiu 5 pontos em relação ao levantamento anterior, feito em abril. "Do jeito que está o rumo, vai é piorar", afirmou.

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