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Chegada de Eike a presídio no Rio interrompe visita de parentes a detentos

Familiares que esperavam por horas em fila ficaram contrariados; empresário é suspeito de envolvimento em esquema de pagamento de propinas ao ex-governador Sérgio Cabral

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Por Fernanda Nunes
Atualização:

RIO - A chegada do empresário Eike Batista na manhã desta segunda-feira, 30, ao Presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio, interrompeu temporariamente as visitas das famílias aos detentos. Parentes dos presos que esperavam por horas na fila ficaram contrariados.

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"Saí de casa às 3h, com comida na bolsa para entregar a meu filho. Mas tudo parou com a chegada de Eike, uma celebridade. Meu filho é um pobre qualquer", reclamou Carmelita, que é diarista, mãe de um preso acusado de assassinato, mas que ainda não foi julgado. 

As visitas aos detentos começam às 13h. Quando Eike chegou ao presídio, pouco antes do meio-dia, cerca de 50 pessoas esperavam em fila e entregavam aos agentes penitenciários objetos e alimentos trazidos para serem encaminhados aos detentos antes da visita. Com a chegada do empresário o serviço foi imediatamente suspenso. Segundo parentes dos detentos, os servidores da penitenciária informaram que o motivo foi a presença de Eike.

"Estão até distribuindo água pra gente hoje. Nunca fizeram isso", afirmou Luana Sabino, que disse ter dormido na porta do presídio para visitar o irmão no início da tarde desta segunda-feira.

Eike desembarcou no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o Galeão, pouco antes das 10h desta segunda-feira, vindo de Nova York. Ele foi levado até a sede do Instituto Médico Legal, no centro da capital fluminense, para exame de corpo de delito, e deixou o local com escolta policial já em direção ao presídio.

O advogado do empresário, Fernando Martins, chegou ao Ary Franco antes do comboio da Polícia Federal que levava o empresário. Segundo Martins, ele ainda discutiria com agentes da polícia e Ministério Público Federal para determinar quando o empresário prestaria depoimento. Martins disse que conversaria com seu cliente e tomaria ciência da situação do Eike para decidir estratégia de defesa.

"Estamos tomando as medidas jurídicas cabíveis no sentido de preservar a integridade física dele. A prioridade é preservar a integridade física dele. Não por se tratar do Ary Franco, mas de qualquer instituição", declarou Martins.

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