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Centrão e Maia ‘cortejam’ PT por presidência

Como segunda maior bancada da Câmara dos Deputados, partido é alvo de partidos que devem disputar presidência da Câmara

Por Igor Gadelha
Atualização:

BRASÍLIA - Segunda maior bancada da Câmara dos Deputados, com 58 parlamentares, o PT tem sido cortejado pelos dois principais grupos da base aliada do governo Michel Temer que devem disputar a presidência da Casa. A próxima disputa pelos cargos da Mesa Diretora está marcada para fevereiro de 2017.

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Tanto o Centrão – grupo de 13 partidos liderado por PP, PSD, PR e PTB – quanto o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tenta viabilizar sua reeleição ao cargo, buscam atrair o apoio do PT e de outros partidos da atual oposição, com seus cerca de cem votos.

Maia quer reeditar a aliança com PT, PCdoB e PDT que possibilitou sua primeira eleição em julho deste ano. Para isso, tenta manter uma relação próxima com lideranças desses partidos, como os deputados Vicente Cândido (PT-SP) e Orlando Silva (PCdoB-SP). Cândido é um dos principais petistas que articulam o apoio dentro e fora do partido à reeleição de Maia. Nesta semana, por exemplo, vai procurar o ex-deputado Valdemar Costa Neto em busca do apoio do PR à candidatura do deputado do DEM. O Centrão também faz seus acenos. “Estamos conversando com todos”, disse o deputado Jovair Arantes (GO), líder do PTB na Casa. Ele deseja concorrer à presidência.

Se aplicada a regra da proporcionalidade, o PT terá direito a segunda escolha dos outros cargos seis da Mesa Diretora abaixo da presidência. A primeira será do PMDB, que tem a maior bancada, com 67 deputados. O partido de Temer deve pedir a primeira-vice-presidência, o que acalma o governo. O cargo é considerado estratégico, uma vez que, na ausência de Temer no País, Maia assume a Presidência. Abrir caminho para um petista ou um opositor assumir a Câmara preocupa o governo.

Negociação

 Nos bastidores, petistas que negociam com Maia já admitem até que poderão abrir mão da segunda escolha. Em troca, pedem que sejam compensados com presidências de comissões temáticas importantes da Casa.

O líder do PT na Casa, Afonso Florense (BA), afirmou que, por enquanto, a bancada ainda está acompanhando a evolução da conjuntura política. “O ideal seria um candidato que não votou pelo impeachment, mas isso nos restringe muito”, admitiu o petista. A ideia do partido é tomar uma decisão conjunta com outras siglas da oposição./Colaborou Daiene Cardoso

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