Cavendish deu anel de R$ 800 mil para Cabral entregar à mulher, diz jornal

Caso teria sido relatado à força-tarefa da Lava Jato para fortalecer pedido de delação premiada do empreiteiro da Delta Construções

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Por Redação
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RIO - O empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, teria dado um anel de € 220 mil (cerca de R$ 800 mil) para o ex-governador do Rio Sérgio Cabral presentear à então primeira-dama do Estado, Adriana Ancelmo, em seu aniversário. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo, na edição desta quinta-feira, 20. Cavendish teria relatado o caso à força-tarefa da Lava Jato no Rio e em Brasília para fortalecer seu pedido de delação premiada, que ainda não foi aceito.

Fernando Cavendish, dono da Delta Construções Foto: Ed Ferreira|Agência Estado

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A joia, segundo o relato de Cavendish à força-tarefa, teria sido comprada em Mônaco, na Van Cleef & Arpels, famosa joalheria, na Place du Casino. Cabral teria levado o amigo empreiteiro à loja, escolhido o anel e pedido a Cavendish que fizesse o pagamento, prometendo ressarci-lo, o que não aconteceu. A Delta tinha contatos milionários com o Estado. A empreiteira recebeu, entre 2009 e 2010, R$ 538 milhões em contratos nos dois governos de Sérgio Cabral.

De acordo com a reportagem, o empreiteiro teria apresentado à Justiça, como provas da compra do presente, a nota fiscal da joia, o certificado de compra e o comprovante de pagamento com cartão de crédito. Também há uma foto de Cabral com Adriana, em um restaurante luxuoso, na qual a mulher exibe o suposto presente na mão esquerda.

Segundo o jornal, depois que Cabral e Cavendish romperam a amizade, o anel foi devolvido a ele por um amigo do ex-governador, Paulo Fernando Magalhães Pinto. A parceria terminou depois que foi divulgada a informação de que a Delta usava empresas do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para lavar dinheiro.

De acordo com a reportagem, o empreiteiro também contou ter dado uma Ford Ranger 2007, placa KXG 0628, ao governador. Para não despertar suspeitas, o veículo foi registrado em nome de Magalhães Pinto, amigo de confiança de Cabral.

Segundo o jornal, Cavendish disse não poder dar entrevista a respeito da delação devido à sua situação judicial. Por nota, Cabral disse ao jornal que “não tem como se posicionar sobre supostas declarações cujo conteúdo desconhece”. Magalhães Pinto não foi localizado.

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