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Cármen Lúcia diz que está 'igual a mulher que apanha' ao falar sobre críticas ao Judiciário

'Na hora que a pessoa pega o chicote pra bater no cachorro, ela sai correndo. De tanto que todo mundo fala do Judiciário, como tem que ser mesmo', disse a presidente do STF

Por Leonardo Augusto
Atualização:

BELO HORIZONTE - A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, afirmou nesta sexta-feira, 7, que está "igual a mulher que apanha". "Quando a pessoa pega o chicote pra bater no cachorro, ela sai correndo", disse a ministra. Segundo a ministra, a população tem questionado as decisões do Poder Judiciário. Na avaliação da ministra, que deu palestra em Belo Horizonte, durante o III Encontro do Colégio Nacional de Ouvidores Judiciais, isso ocorreu porque o cidadão "assenhorou-se" do Estado, "como deveria ter sido desde sempre".

A ministra Cármen Lúcia Foto: André Dusek/Estadão

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A ministra relatou um episódio, na semana passada, em que leu um painel de propaganda sobre um produto e pensou se tratar de um protesto contra a Corte. "No sábado, tomando um táxi, eu li mal no centro de Belo Horizonte um painel num edifício. Olhei de longe e falei 'nossa senhora'. Pra mim estava escrito 'fora, hoje é dia do Supremo'".

A ministra, porém, percebeu que se tratava do anúncio de um produto. A presidente do STF disse que o taxista, que já a havia reconhecido, fez um comentário sobre a situação. Nesse momento, ela respondeu: "Estou igual a mulher que apanha, na hora que a pessoa pega o chicote pra bater no cachorro, ela sai correndo. De tanto que todo mundo fala do Judiciário, como tem que ser mesmo".

Ouça o áudio com o trecho:

Cármen Lúcia lembrou que na década de 70 não se sabia o que era Supremo, nem quem compunha a Corte, mas hoje a sociedade está atenta às decisões do Judiciário. "Não são poucas as vezes que o juiz brasileiro hoje, talvez mais que antes, pela própria conformação da sociedade, se vê em contato com pessoas que questionam até as nossas decisões", afirmou. "Hoje não são poucas as vezes que os juízes, na cidade do interior, e o ministro do Supremo é abordado igualmente, seja no mercado, seja nas mais diversas situações, o cidadão assenhorou-se do estado como deveria ter sido desde sempre".

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