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Candidatos são escolhidos até por aplicativo ao estilo Uber

Partidos como PSL/Livres e Novo inovam na seleção de nomes para as eleições de 2018

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Foto do author Gilberto Amendola
Por Gilberto Amendola
Atualização:

Embora o Congresso ainda discuta uma reforma política e novas regras para as eleições legislativas, alguns partidos já estão criando estratagemas para escolher seus futuros candidatos a deputado estadual e federal. O PSL (futuro Livres), por exemplo, promete lançar até o fim deste ano o chamado “Uber da Política”, um aplicativo que vai avaliar o potencial eleitoral de seus filiados. Já o partido Novo está aplicando um longo processo seletivo, que conta com prova oral e medição de performance em redes sociais. Legendas mais tradicionais ainda preferem levar em conta o “prestígio” e a “capilaridade” dos postulantes.

Mano Ferreira, diretor de Comunicação do PSL/Livres Foto: GABRIELA BILÓ / ESTADÃO

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Para Mano Ferreira, de 27 anos, diretor de Comunicação do PSL/Livres, a transparência e o futuro da representação política passam pelo smartphone. “O aplicativo vai estar disponível para qualquer pessoa baixar em seus celulares. A partir dele, o usuário pode traçar um plano de carreira, participar de fóruns, propor ações, ir acumulando pontos e até se credenciar para uma candidatura.”

A plataforma será gratuita para “observadores” e “comentaristas”. A ideia é que para ter acesso às outras funcionalidades, o usuário tenha de se filiar ao PSL/Livres. Depois de filiado, o interessado será avaliado por outros participantes tal qual um motorista de Uber (de 1 a 5 estrelas). Para ter boas “notas”, o futuro candidato precisará “dar check-in” nos eventos e cursos de formação política do partido – e responder quizzes sobre a posição do Livres sobre temas nacionais. Com o acúmulo de pontos, o usuário pode se credenciar para uma posição de líder regional ou até pleitear uma candidatura à Presidência da República.

Outro partido que também pretende inovar na escolha de seus candidatos é o Novo. André Strauss, membro da Executiva Nacional, contou que “o partido sempre acreditou em um processo seletivo para não terceirizar para o eleitor a tarefa de separar os bons dos maus”.

O processo criado pelo Novo tem quatro etapas. Na primeira fase, o candidato deve enviar o seu currículo para o partido, fazer uma prova escrita e produzir um vídeo pessoal. “É importante saber como o candidato se expressa, como defende suas ideias na frente de uma câmera”, disse Strauss. Na segunda etapa, serão realizadas entrevistas por Skype – o postulante a candidato será entrevistado por uma banca de três avaliadores. Na fase três, o candidato terá de participar de atividades relacionadas à vida partidária. “Também vamos avaliar se o candidato tem uma boa performance em redes sociais, por meio do engajamento nas postagens e nos lives que ele produzir”, explicou Strauss. A última etapa será mais uma preparação política para a campanha em si.

Outros partidos. A Rede Sustentabilidade pretende reservar 30% das suas candidaturas ao Legislativo para aquilo que o partido tem chamado de “candidatura cidadã”. Na prática, são candidaturas “avulsas” e que não precisam ser organicamente ligadas à Rede.

As legendas mais tradicionais ainda aguardam a definição das regras eleitorais para se movimentarem. O PMDB, por exemplo, deve esperar até o ano que vem para divulgá-las. Se tudo continuar como está, partidos como o DEM e o PSDB falam em “prestígio” e “capilaridade” na sociedade. O PT deve delegar parte dessas escolhas aos Diretórios Estaduais e a chamada “base partidária”. O PSOL segue o critério de representatividade regional e de grupos como LGBT, mulheres e negros.

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