Campos oficializa candidato do PSB ao governo de Pernambuco

Anúncio do secretário estadual da Fazenda, Paulo Câmara, encerra disputa interna pela vaga

PUBLICIDADE

Por Ângela Lacerda
Atualização:

Recife - O governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência, Eduardo Campos (PSB), oficializou na tarde desta segunda-feira, 24, o candidato à sua sucessão. O evento foi organizado de forma a demonstrar unidade depois de ter que aparar arestas junto a correligionários que queriam disputar o governo mas foram preteridos em favor do secretário estadual da Fazenda, Paulo Câmara. O deputado federal Raul Henry, do PMDB, será o candidato a vice.   Câmara, de 42 anos, é um novato na política e pouco conhecido entre os pernambucanos. Foi o ungido para representar a "nova política" pregada pelo seu "líder maior", como se dirigiu a Campos. "Sei muito bem como as coisas funcionam, sei o que deve ser feito e estou pronto para a missão", discursou Câmara, ressaltando seu currículo no serviço público. Concursado do Tribunal de Contas do Estado, ele ocupou três secretarias no governo Campos desde 2007.O evento contou com a presença de postulantes à candidatura do PSB ao governo. O ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, por exemplo, já havia declarado abertamente seu desejo de ser o candidato ao governo - assim como o fez o vice-governador João Lyra. Ao discursar, Bezerra Coelho, que será candidato ao Senado, pôs um ponto final na discussão ao destacar que os sonhos e projetos pessoais se subordinaram a um projeto maior, de interesse coletivo.João Lyra, que nos bastidores havia ameaçado não ir ao evento, compareceu e foi lembrado em todos os discursos realizados. Ele não discursou.

Em seu discurso, Eduardo Campos voltou a fazer críticas à política econômica do governo federal, que, segundo ele, tem derretido os fundamentos macroeconômicos e aumentado taxas de juros "mesmo diante do baixo crescimento da economia". De acordo com o governador, o maior desafio que se apresenta no País é aproximar o povo do Estado brasileiro, "o Brasil real do Brasil oficial". Frisou que em 2013 o povo foi às ruas por melhor educação, saúde, transporte, mobilidade, pedindo que os serviços públicos tenham a qualidade dos novos estádios de futebol.Campos reconheceu o "apoio importante do presidente Lula" a Pernambuco e considerou "importante a sua coragem de inovar", mas destacou a sua própria "determinação e o gosto de fazer pelo povo, olhando para o futuro" para realizar uma gestão que tem aprovação maciça da população.Emocionado e com voz embargada, ele citou o avô Miguel Arraes, que morreu em 2005, e lembrou que a renovação na política só acontece quando há o apoio necessário dos mais velhos. "Na campanha de 2006 eu tive uma pessoa de cabeça branca para me asseverar, naquela altura eu já não tinha a companhia do dr. Arraes", afirmou referindo-se ao escritor e secretário da assessoria do governo, Ariano Suassuna, presente ao evento."Eu não o decepcionei", disse a Ariano, ao afirmar ter cumprido as promessas feitas a ele então. "E digo a todos, eu assevero Paulo Câmara, eu garanto por Paulo Câmara", disse sob aplausos em um auditório lotado em um hotel da zona sul do Recife. "E eu vou lhe ajudar". Campos pediu aos correligionários e militantes total engajamento na campanha de Câmara, "zelando pelo que construímos juntos em Pernambuco".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.