Cabral admite que 'pode' ter usado helicópteros oficiais para fins particulares

Alvo de ação que investiga excessos no uso das aeronaves, ex-governador alega questão de segurança em depoimento

PUBLICIDADE

Por Mariana Sallowicz
Atualização:
Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, durante sua prisão Foto: Rodrigo Félix/Estadão

RIO - O ex-governador do Rio Sérgio Cabral afirmou em depoimento que "pode" ter usado helicópteros oficiais para fins particulares durante sua gestão, mas justificou que o uso desse meio de transporte ocorria por questões de segurança. O peemedebista viajava frequentemente para sua casa de veraneio em Mangaratiba. "No fim de semana posso ter me deslocado para compromissos particulares", afirmou em resposta à juíza Luciana Losada Albuquerque Lopes. O peemedebista, que está preso, é ouvido por videoconferência em audiência 8ª Vara de Fazenda Pública. Ele responde por uma ação popular que apura se houve excessos no uso de helicópteros durante o seu mandato. Cabral também disse que convidados foram transportados no helicóptero oficial. "Pode ter havido casos excepcionais, mas não era rotina. Às vezes iam autoridades que iam despachar ou passar fim de semana comigo [em Mangaratiba]", afirmou. O ex-governador declarou que havia recomendação para o uso da aeronave por causa da segurança. "Chegavam denúncias e ameaças a mim e a minha família", afirmou. Ele também confirmou que já usou mais de um helicóptero oficial para o seu deslocamento e de seus familiares. "Tinha vezes que ficava até muito tarde no Palácio, eventualmente meus filhos e mulher iam antes e eu ia depois."

Cabral tinha três helicópteros à sua disposição e usava as aeronaves com intervalos curtos para viagens dele e de seus familiares. A afirmação foi feita por André Benvenuti de Moura Alcântara, que prestou serviço de piloto ao ex-governador por quatro anos na primeira gestão do ex-governador.Babás. Questionado sobre o motivo de ter havido partidas de helicópteros com diferenças de 10 ou 20 minutos, Alcântara afirmou que algumas vezes era porque uma única aeronave não comportava todos os passageiros, e em outras ocasiões por motivos de agenda. "Algumas vezes o governador tinha um horário, para levar os filhos era outro horário, para levar as babás era outro horário", afirmou. O piloto afirmou que costumava levar o governador para a casa de veraneio em Mangaratiba às sextas-feiras e voltava ao Rio aos domingos. Ele não soube confirmar se os voos nos fins de semana eram para fins particulares. "Durante a semana era para cumprir agenda".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.