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Bruno Araújo diz que propaganda do PSDB que assume erros não o representa

Em nota, ministro tucano afirmou que programa não é justo com 'história do partido'

Por Carla Araujo e Tania Monteiro
Atualização:

BRASÍLIA - Após a veiculação em rede nacional da propaganda do PSDB, em que o partido assume erros, diz que País vive presidencialismo de cooptação e faz críticas indiretas também ao presidente Michel Temer, o ministro das Cidades, Bruno Araújo disse, em nota, que não está de acordo com a peça. "O programa não me representa", afirmou. Segundo o ministro, o programa partidário não se encaixa no atual momento da sigla, que está sob o comando interino do senador Tasso Jereissati (CE). "A mudança na Executiva do PSDB ocorrida em maio deste ano tinha como objetivo levar o partido a uma transição consensual até a realização de novas convenções. O programa partidário exibido hoje não se enquadra nesse espírito. Tampouco o programa é justo com a história do partido", destaca o ministro tucano, que assina o documento como deputado federal licenciado.

Ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE) Foto: Beto Barata/AE

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Tasso tem feito críticas diretas ao governo do presidente Michel Temer e tem defendido o desembarque do partido, que possui quatro ministérios, do governo.

+ Em programa de TV, PSDB defende parlamentarismo e reconhece fisiologismo Bruno Araújo diz ainda em sua nota que após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o PSDB tomou uma série de decisões "no sentido de repactuar a agenda de reformas necessárias e consertar os erros do governo anterior". "Os parlamentares do PSDB têm votado em ideias em que acreditam. Por outro lado, o partido tem ajudado a tirar o Brasil da crise criando novos programas sociais ou recuperando ações que estavam paralisadas", afirma. O ministro tucano ressalta que o partido vai seguir no caminho de compromisso e recuperação do País. "Por tudo isso, esperamos da presidência interina que se conduza dentro dos limites das decisões tomadas na legítima instância do partido, a Executiva Nacional", destaca.

Reação. Antes mesmo de o programa ser veiculado em rede nacional ele já estava circulando nas redes sociais. No Planalto, o vídeo foi criticado por interlocutores do presidente. Na peça, há um trecho que diz que Temer, que não foi eleito, "enfrenta dificuldade de governar e unir o País". Para um auxiliar do presidente, o vídeo é "um tiro no pé" do partido.

Segundo essa fonte, ao reconhecer erros os tucanos, além de darem munição a seus adversários na eleição do ano que vem, escancaram a crise vivida dentro partido. O auxiliar destaca ainda que o PSDB poderia aproveitar o momento "e parar de errar".

Na peça, de cerca de dez minutos de duração, o PSDB diz ainda que não dá mais para defender o indefensável. Apesar disso, auxiliares de Temer tentaram minimizar o tom da crítica e sustentam que ela é muito mais dirigida a um contexto interno do que ao presidente.

No Planalto, alguns auxiliares tentaram arrefecer o tom das críticas aos tucanos, pois avaliam que o PSDB ainda é um partido importante para a sustentação de Temer e, principalmente, para a aprovação das reformas.

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