Brasil terá controle total da tecnologia do caça sueco, diz fabricante

Haverá liberdade para adaptações inclusive de partes sensíveis, como o sistema eletrônico de combate, informa representante da Saab

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Por Wladimir D'Andrade
Atualização:

São Paulo - O governo brasileiro terá o total controle da tecnologia usada no caça sueco Gripen NG e poderá realizar quaisquer modificações que atendam às necessidades da Força Aérea Brasileira (FAB), disse ao Broadcast o chefe da comunicação da Saab, Lennart Sindahl. De acordo com ele, haverá liberdade para a FAB adaptar até as partes mais sensíveis das 36 aeronaves que serão adquiridas pelo País, como o sistema eletrônico de combate. "Não há restrições, o Brasil terá acesso total", afirmou.A transferência de tecnologia é o ponto mais importante da compra dos caças do programa FX-2, que vai renovar a frota da FAB. A indústria brasileira vai construir, em conjunto com a Saab, partes e softwares do Gripen NG, um caça totalmente novo - existe um protótipo com 300 horas de voo. Os jatos serão montados no Brasil. "Haverá a transferência de conhecimentos importantes, que vão preparar o País para futuras necessidades em caças aéreos", disse Sindahl. O contrato para a compra dos 36 aviões ao custo de US$ 4,5 bilhões ainda será discutido, mas, segundo o executivo, não há risco de um retrocesso no acordo porque tanto o pedido da FAB como a proposta apresentada pela fabricante sueca foram muito bem detalhados. Não há uma data certa para a assinatura do documento, mas deve ocorrer em 2014. Sindahl explica que há muitas questões para definir, tipos de armamento embarcados, integração de sistemas, aeronaves com um ou dois assentos, soluções de transporte e treinamento, entre outras. Questionado se as denúncias do ex-espião americano Edward Snowden contribuíram para o sucesso da Saab na concorrência - o caso pode ter impactado negativamente na proposta da Boeing com o seu F/A-18E/F Super Hornet -, Sindahl foi enfático: "Não acho que devemos agradecer ao sr. Snowden." O executivo afirmou que a Saab fez a melhor proposta em relação à transferência tecnológica e a mais barata. "Significa que a presidente Dilma não precisará investir mais do que o necessário na renovação da frota da FAB, porque há outras demandas do Brasil, como educação e infraestrutura", disse.

 

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