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Brasil recebe seu novo porta-aviões

Por Agencia Estado
Atualização:

Comprado pela Marinha do Brasil por US$ 12 milhões (cerca de R$ 24 milhões) no ano passado, o porta-aviões francês Foch, rebatizado com o nome A-12 São Paulo, chega hoje de manhã à Baía de Guanabara para substituir o A-11 Minas Gerais, que será desativado. O ministro da Defesa, Geraldo Quintão, estará presente à solenidade de apresentação do novo navio-aeródromo da Marinha do Brasil, que ficará fundeado nas proximidades da Escola Naval. Com capacidade para transportar até 37 aeronaves e dois helicópteros, o São Paulo começou a operar em 1963 e participou da Guerra do Golfo pela Marinha francesa. Pesa 32,5 mil toneladas (deslocamento máximo) e tem 266 metros de comprimento e 51,2 de largura. Segundo estimativas da Marinha, consideradas "otimistas" por especialistas ouvidos pelo Estado, o Foch terá pelo menos mais 20 anos de serviço ativo. O Brasil é o único país da América do Sul que dispõe de um porta-aviões. A principal vantagem sobre o Minas Gerais - comprado da Marinha inglesa na década de 50, à época já com cerca de 20 anos de uso - é a velocidade. O São Paulo atinge a velocidade máxima é de 30 nós (55,5 quilômetros por hora). A do Minas Gerais é de 24 nós. Também pode transportar quase o dobro de aeronaves (37, ante 20) e a tripulação máxima é de 1.700 homens, 400 a mais que a o Minas Gerais. O custo mensal de manutenção dos dois porta-aviões é "aproximadamente igual", segundo o Serviço de Relações Públicas da Marinha (SRPM) - o valor não foi revelado. A incorporação do São Paulo também não teria provocado aumento de efetivo e gasto com pessoal. Amianto Antes de vir para o País, o Foch teve de passar por um processo de descontaminação de amianto, exigido pelas autoridades brasileiras. A reforma foi paga pela Marinha francesa. Os US$ 12 milhões que o Brasil desembolsou pelo São Paulo representam menos de 10% do custo de construção de um navio de guerra de porte de uma fragata. "Um navio desse tipo nos dá uma liberdade de movimento muito grande, porque pode levar a força aérea naval para onde precisar, até mesmo para evacuação de brasileiros em outros países", declarou, na ocasião da compra do Foch, o comandante da Marinha, almirante Sérgio Chagastelles. "Trata-se de um emprego eminentemente defensivo", diz nota do SRPM divulgada ontem. Segundo estimativas, o preço de um porta-aviões semelhante, novo, seria de pelo menos US$ 1 bilhão. O tipo de porta-aviões usado pelos EUA, que pesa três vezes mais que o Foch (cerca de 100 mil toneladas), custa em torno de US$ 2,5 bilhões. A compra do São Paulo também possibilitará à Marinha esticar por pelo menos mais duas décadas seu plano de construir um porta-aviões nacional. Além dos helicópteros franceses Super-Puma para o transporte de comandos e missões de salvamento no mar, o São Paulo receberá também os aviões de ataque AF-1 Skyhawk, adquiridos do Kuwait pela Marinha do Brasil.

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