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Brasil mostra 'fortaleza institucional', diz Gilmar sobre possível denúncia da PGR

Às vésperas de apresentação de nova acusação contra Temer, ministro do STF vê 'situação normal'; Gilmar discute semipresidencialismo na França

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Por Andrei Netto
Atualização:

PARIS - Às vésperas de uma nova denúncia a ser apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer (PMDB), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes diz que o Brasil tem mostrado "fortaleza institucional" para passar por um novo período de turbulência política. A avaliação foi feita em Paris, onde participa de uma série de reuniões sobre o sistema político francês – híbrido de presidencialismo e parlamentarismo.

O ministro do STF e presidente do TSE, Gilmar Mendes Foto: Carlos Moura/STF

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Para Mendes, a iminência de uma nova denúncia por parte da PGR não abala a rotina política e institucional no País. "Está tudo normal. O Brasil tem mostrado uma certa fortaleza institucional", disse. Segundo o ministro, não haverá turbulência política. "O Brasil tem passado de uma forma bastante galharda por esses momentos difíceis. O que mostra que tem uma força, tem uma institucionalidade, diferente de outros países. Esse é o dado positivo. O Brasil vai passar por isso e a vida segue", diz.

O ministro não quis comentar se vê o retorno do risco de queda de Temer com a nova denúncia da PGR. "Não me cabe emitir juízo sobre isso. É um juízo que o Parlamento terá de fazer. E isso é normal", afirmou. Para Mendes, o Brasil não tem escolha, e vai precisar enfrentar o que vem pela frente. "São vicissitudes que você tem de enfrentar. Outros sistemas talvez já tivessem sido comprometidos.

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O ministro do STF e presidente do TSE está em Paris até quarta-feira, 6, para compromissos oficiais. Sua agenda teve início na manhã desta segunda-feira, 4, com reunião no Escritório de Eleições e de Estudos Políticos do Ministério do Interior, onde se discutiu organização eleitoral, fundo de campanha – a França está criando o Banco da Democracia, para financiamento partidário – e sistema político. 

Segundo Mendes, o Brasil pode se inspirar no sistema político francês para reformar seu modelo de controle de contas e de financiamento de campanha. "Estamos falando exatamente sobre isso, porque eles estão enfrentando a mesma coisa", avaliou. "A questão (que os franceses discutem) de um Banco para a Democracia, nós estamos discutindo a criação do Fundo para a Democracia. Temos problemas semelhantes com soluções às vezes diferentes."

Para o ministro, a França pode até mesmo servir de exemplo para a organização do Estado. "É claro que precisamos fazer correções e aperfeiçoar o sistema. Estamos discutindo no Brasil inclusive um semipresidencialismo, a possibilidade de adotá-lo, o modelo francês, o modelo português", citou, elogiando a Constituição de 1988, que no entanto precisaria de modificações. "De quatro presidentes da República, agora o quinto, dois não terminaram o mandato. Esse é um dado que temos de levar em conta", argumentou.

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