Brasil é o quarto no ranking da pedofilia, diz PF

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Por Redação
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O Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial de consumo de material de pedofilia, disse o chefe da Divisão de Combate a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, que nesta quarta-feira deflagrou uma operação para combater a pornografia infantil na Internet. A operação "Carrossel 2" aconteceu em 17 Estados e no Distrito Federal e mobilizou 650 policiais federais para efetuar 113 mandatos de busca e apreensão em todo o país. Porém, ninguém foi preso. "Nas nossas pesquisas, o Brasil encontra-se em quarto lugar no consumo de pedofilia", disse Adaílton Martins durante uma coletiva de imprensa. "Em primeiro está a Alemanha." A investigação que resultou na operação Carrossel 2 contou com apoio da Interpol no Brasil. Cada equipe de policiais contou com um perito criminal especialista em informática para fazer uma análise inicial de computadores ainda nos locais das buscas. A primeira fase da Operação Carrossel foi deflagrada em dezembro do ano passado. Na ocasião foram cumpridos 102 mandados de busca e apreensão e houve três prisões em flagrante, informou a PF. As investigações na primeira fase identificaram aproximadamente 200 pedófilos em mais de 70 países, e a PF e a Interpol têm mantido contato com as autoridades policiais desses países para ajudar na prisão de criminosos. A segunda fase da operação foi executada nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais, Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná, Paraíba, Goiás, Rio Grande do Norte, Pará, Bahia, Ceará e Sergipe. De acordo com Martins, do total de 113 mandados de prisão realizados, 50 foram efetuados em São Paulo nesta quarta-feira. Santa Catarina e Paraná vieram em seguida, com 8 mandados cada um. Além disso, simultaneamente à Carrossel 2, foram realizadas ações contra a pedofilia nesta quarta-feira em Israel, República Tcheca, Japão, Senegal e Portugal. DEMORA NO CONGRESSO O material apreendido no cumprimento dos mandados será analisado por peritos para comprovação de crime, informou a PF em comunicado. Segundo a PF, a legislação brasileira prevê pena de até seis anos de prisão e multa para esse tipo de delito. Adaílton Martins e o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga crimes de pedofilia, senador Magno Malta (PR-ES), criticaram a lentidão da votação do projeto de lei que criminaliza a posse desse tipo de material e lamentaram que ninguém foi preso na operação. "Nós temos um problema de legislação", disse Malta. "Na Operação Carrossel 1 a Justiça vai pagar o mico de devolver computador de pedófilo", criticou o senador. Ao efetuar os mandados, a polícia "chegou lá, fez a busca, encontrou material mas não tem como prender", disse Martins. No Brasil, explicou ele, somente pode-se prender um acusado de pedofilia quando o suspeito é pego em flagrante enviando ou recebendo o material pornográfico. O projeto de lei criado na CPI da Pedofilia já foi aprovado no Senado mas está parado na Câmara. Segundo Martins, a Polícia Federal desenvolveu um software que identifica o IP de qualquer computador na Internet que esteja enviando material pedófilo e, com ajuda das empresas de telefonia, identifica quem é o dono da máquina. "O problema é que as companhias demoram para fornecer os dados", afirmou Martins. (Reportagem de Ana Paula Paiva)

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