Cotado como candidato à Presidência em 2018, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, se aproximou do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, do PSB, após o rompimento do pessebista com o senador Aécio Neves no primeiro turno das eleições municipais.
Os dois têm se falado com frequência. Aliados do governador paulista contam, em caráter reservado, que eles avaliam a hipótese de formar uma "dobradinha" nas eleições presidenciais. Em 2014, Aécio escolheu o senador paulista Aloysio Nunes (PSDB) para ser seu vice na disputa presidencial. Minas e São Paulo são os dois maiores colégios eleitorais do País.
Aécio Neves e Márcio Lacerda foram aliados até o começo do primeiro turno de 2016. O desgaste entre os dois começou quando o prefeito insistiu em lançar Paulo Brant à Prefeitura, enquanto o senador preferia o deputado João Leite.
O tucano atuou nos bastidores para impedir que o escolhido de Lacerda conseguisse apoios partidários. Sem alianças, Brant acabou fora da disputa e Lacerda apoiou Délio Malheiros, do PSD, que não passou ao segundo turno.
O PSB é hoje o partido mais próximo do projeto presidencial de Alckmin. Dirigente pessebista, o vice governador de Alckmin, Márcio França, defende abertamente que o paulista mude de partido para ser candidato ou que o PSB o apoie caso o governador se viabilize dentro do PSDB.
Nesse cenário, Lacerda era, até o começo do ano, um obstáculo.