Brasília - Depois da derrota desta terça na votação do projeto que reajusta o salário dos servidores do Judiciário, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que o governo precisa do apoio do Congresso Nacional para buscar uma proposta de consenso.
"O Congresso deve e pode ajudar a buscar uma solução", disse ele, que antecipou que a presidente Dilma Rousseff vai vetar o projeto. Mas até o prazo para sanção da lei, o governo vai buscar um acordo com o Judiciário e o Congresso.
Em entrevista ao Broadcast, o ministro destacou que o Brasil está atravessando um período de dificuldade econômica, mas é um período em que as soluções das dificuldades dependem "somente de nós mesmos". "A sociedade brasileira tem todos os instrumentos necessários para superar as dificuldades econômicas", disse.
Segundo ele, talvez a superação dessas dificuldades leve mais tempo do que o governo imaginava inicialmente, mas ainda assim os instrumentos para solucioná-las estão sob controle do País.
Ele reforçou o discurso de toda a equipe econômica de que o esforço de solução não é só do Executivo. "O problema fiscal não é só do governo federal. É um problema do Brasil e necessita para a sua boa solução a participação e colaboração de todos os órgãos públicos de todos os representantes eleitos pela população", disse num recado claro ao Legislativo.
Na sua avaliação, o Congresso deve e pode ser um agente nessa solução. "Vamos continuar trabalhando com o Congresso", disse o ministro, que informou que quando chegar ao Brasil, de volta da viagem presidencial aos Estados Unidos, vai procurar novamente os parlamentares para apresentar a situação e os detalhes para que possam ajudar o governo a fazer uma proposta de consenso.
Dificuldades fiscais. O ministro do Planejamento destacou que o governo vai continuar com seu papel de fazer e propor medidas para superar as dificuldades fiscais o mais rápido possível. "Precisamos do apoio do apoio do Congresso", afirmou.
"A superação de nossas dificuldades econômicas envolve todos os Poderes. O momento é de União para superar esse desafio", pediu o ministro.
Questionado o que aconteceu nessa terça nas negociações da votação para a derrota do governo, o ministro respondeu: "Não estou aí (no Brasil). Não sou a melhor pessoa para falar como foram os debates no Congresso. Estávamos trabalhando para um adiamento da votação".
Ele fez questão de ressaltar que, no entendimento do governo, o reajuste dos servidores só entra em vigor em 2016. "Só pode começar a vale a partir de janeiro. Não havia necessidade de aprovar isso agora e poderia ter sido discutido com mais tempo e mais calma nas próximas semanas. Isso não é postergar a decisão é simplesmente melhorar a decisão", ponderou.