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Bancada tem que votar com as provas, e elas são contundentes contra Cunha, diz Aécio

Em entrevista a uma rádio de Salvador, presidente do PSDB reafirmou que sigla votará pela cassação do peemedebista no Conselho de Ética

Por Heliana Frazão
Atualização:
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves Foto: Jefferson Rudy/Divulgação

SALVADOR - O presidente nacional do PSDB e senador, Aécio Neves, avaliou nesta sexta-feira, 5, como séria e frágil a situação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), observando a existência de provas contra ele, nas investigações relacionadas a existência de contas não declaradas na Suíça e envolvimento no esquema de corrupção identificado pela Operação Lava Jato. Aécio lembrou também que o seu partido não votou em Cunha para a presidência da Câmara, mas no deputado Júlio Delgado (PSB).  "A partir do momento em que surgem as denúncias, nossa bancada tem que votar com as provas, e as provas são contundentes contra Cunha", afirmou em entrevista concedida a Radio Metrópole, em Salvador (BA), onde participou do evento "Caminhos para a Região Nordeste", promovido pelo ITV (Instituto Teotônio Vilela).Ele afirmou também que o PSDB votará contra Cunha numa possível votação pela cassação do mandato. Apesar da fala de Aécio, nenhum parlamentar da sigla assinou a representação contra o presidente da Câmara quando ela foi protocolada. Indagado sobre a fala, desta sexta, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que não teme ser preso, o senador disse apenas que não torce pelo "infortúnio de ninguém". "O Brasil tem instituições fortes, tem Justiça e, se houver denúncias, ele tem que responder por elas. Quero ganhar do PT na política, nos argumentos e nas propostas e não na Justiça", afirmou. Aécio voltou a criticar a administração da presidente Dilma Rousseff. Disse que a petista não tem a liderança e confiança necessária para construir uma agenda para o Brasil. Ele ressaltou que "perdeu as eleições para uma organização criminosa", e, questionado sobre a possibilidade de voltar a se candidatar em 2018, disse que "não pode haver precipitação".  "O tempo dirá os caminhos que tomaremos. Nós nos reconciliamos com os setores da sociedade, os mais jovens, somos os preferidos dos mais jovens para filiações, readquirimos a confiança. O candidato do PSDB será o que reunir melhores condições de unir as forças oposicionistas para enfrentar o PT", declarou.  Sobre a tragédia motivada pelo rompimento de duas barragens no município de Mariana (MG), o mineiro disse que em primeiro lugar é preciso ter solidariedade com as vítimas e com as famílias atingidas. E cobrou investigação dos motivos que levaram ao rompimento das barragens. "Fazer dessa questão uma questão política é não ter responsabilidade. É preciso investigar para verificar se não existe risco de novos rompimentos", concluiu.