O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou neste sábado, 8, que o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) deve ter direito a "uma ampla defesa" no processo conhecido como o mensalão mineiro. Indiretamente, Falcão criticou o julgamento e a condenação de petistas no mensalão, mas disse não defender "nenhuma política de revanche".
"Azeredo deve ter direito a uma ampla defesa, como os nossos não tiveram. E, se realmente as acusações se confirmarem, deve haver punição", afirmou Rui Falcão, em Ribeirão Preto para o lançamento da "Caravana Horizonte Paulista", evento que antecede a campanha do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha ao governo paulista.
Nessa sexta, 7, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu, em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal, que o Azeredo seja condenado a uma pena de 22 anos de prisão. Segundo a acusação, o tucano se associou a um grupo do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza para desvio de verbas e arrecadação ilegal de dinheiro em favor de sua campanha à reeleição ao governo de Minas em 1998.
"Chegou a hora de esse processo, que estava parado há muitos anos, gerando inclusive prescrição, ter uma conclusão", disse Falcão, em referência ao ex-ministro Walfrido Mares Guia, também denunciado no processo, mas que, ao completar 70 anos, ficou livre de qualquer punição.
Sobre o tempo de prisão pedido por Janot a Azeredo, o presidente do PT disse não saber "medir pena" e afirmou, ainda, não defender "nenhuma política de revanche". "Quero que ele tenha um julgamento justo."