O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto afirmou há pouco ao Broadcast Político que não foi sondado para atuar na defesa da presidente Dilma Rousseff na discussão sobre o impeachment. Britto disse que, se isso ocorresse, não iria atuar, uma vez que prefere continuar analisando questões jurídicas em caráter exclusivamente científico.
Em várias ocasiões, Ayres Britto já se manifestou contrariamente a concordar com a abertura de um processo de afastamento de Dilma por fatos referentes ao mandato anterior. "O cargo é o mesmo, as funções são as mesmas, mas o mandato não é o mesmo. Nova eleição, nova diplomação, nova posse e novo compromisso", reafirmou.
O ex-presidente do STF não quis se aprofundar quanto ao fato de que a oposição poderia incluir nos pedidos de impeachment o parecer do procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Julio Marcelo de Oliveira que atestou ter havido a continuidade das chamadas pedaladas fiscais em 2015.
"Aí é outra conversa", limitou-se a dizer Britto, ao ressalvar que não quer entrar no "mérito da resposta".
O advogado Flávio Caetano, responsável pela defesa de Dilma, classificou mais cedo como "leviandade" se usar o parecer de um procurador do TCU para tentar afastar a presidente. Para ele, não se pode fazer aditamentos "infinitos" aos pedidos e, se isso ocorrer, não descarta recorrer na própria Câmara ou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar a iniciativa.