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Atos contra Dilma terão reforço de políticos

Líderes dos movimentos estreitam laços com os líderes da oposição à presidente

Por Valmar Hupsel Filho
Atualização:
ADCU497 BSB - 21|10|2015 - OPOSIÇÃO | IMPEACHMENT - POLITICA - Integrantes da oposição do PSDB, PPS, Solidariedade e DEM e a filha do jurista Hélio Bicudo Maria Lucia Bicudo entregam ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). novo pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff na sala da presidencia da Câmara dos Deputados. , em Brasilia. FOTO: ANDRE DUSEK|ESTADAO Foto:  

São Paulo - O ato pró-impeachment marcado para o próximo domingo em diversas cidades do País consolidará a mudança de rumo dos grupos responsáveis pela organização das principais manifestações, que a partir de agora estreitarão suas relações com políticos detentores de mandatos.

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Se, há um ano, no primeiro grande protesto pelo impedimento da presidente Dilma Rousseff, eles eram ignorados e até rejeitados, no próximo domingo não só participaram ativamente do processo de mobilização como também irão às ruas e há até a possibilidade de discursarem em cima dos carros de som dos movimentos organizadores.

Parlamentares de oposição planejam fazer jornada dupla nos protestos deste domingo. Pela manhã querem participar dos atos em seus redutos eleitorais e, à tarde, marcar presença na Avenida Paulista, em São Paulo, onde deverá acontecer a maior e mais simbólica manifestação. É o caso do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), que deve participar dos atos no Recife e São Paulo.

Mendonça coordena, junto com o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) o “comitê do impeachment”, criado logo após o recebimento, pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu na Lava Jato acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, do pedido de impedimento da presidente, no início de dezembro.

Formado por parlamentares de oposição e representantes dos movimentos de rua, o comitê se reúne semanalmente em Brasília para traçar estratégias e ações conjuntas. A ideia, segundo o deputado, é integrar a atuação política no Congresso com as ações de rua.

“A discussão em torno do impeachment chegou a um ponto de maturação que exige cada vez mais essa integração. Não há impeachment sem pressão popular, sem apoio nas ruas, assim como não há impeachment sem Congresso, porque é um preceito constitucional e democrático”, afirmou ele.

Foram dessas reuniões, por exemplo, que se decidiu pela adesão dos parlamentares na mobilização nas redes sociais para o ato de domingo. “Os parlamentares também estão usando suas páginas para divulgar convites e propagar os atos, tanto é que a gente já atingiu 4,3 milhões convites”, disse.

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De acordo com Mendonça, além de Sampaio, confirmaram presença os deputados Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Pauderney Avelino (DEM-AM), Rubens Bueno (PPS) e os senadores Ronaldo Caiado (DEM-MT), José Agripino Maia (DEM-RN) e Aloysio Nunes (PSDB-SP). A assessoria do presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), informou que ele ainda não definiu se participa das manifestações em Belo Horizonte, Brasília ou São Paulo.

Entidades. Além de políticos, os atos pró-impeachment também receberam apoio de entidades da sociedade civil, a exemplo da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) . Além de divulgar os atos de domingo em sua página, entidade vai montar um palco em frente à sua sede, Na Paulista, e abrirá o microfone para discursos.

O apoio externo é visto com otimismo pelos líderes dos movimentos. Para o empresário Renan Santos, coordenador nacional do Movimento Brasil Livre, isso mostra que a sociedade está aderindo à causa. “É importante que políticos estejam nas ruas, principalmente agora que eles serão os protagonistas do processo em Brasília. E é bom que eles estejam empoderados pela legitimidade gerada pelas ruas”, disse.