Ato de 1º de maio em SP é marcado por protestos contra prisão de Lula

Evento na Praça da República, no centro de São Paulo, também teve críticas à reforma trabalhista

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Por Cecília do Lago
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SÃO PAULO - O ato estadual do 1º de Maio promovido por importantes centrais sindicais foi marcado por protestos contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e críticas à reforma trabalhista aprovada em 2017.

A principal palavra de ordem na praça da República, no centro da capital paulista, foi "Lula Livre". A ação foi organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Intersindical e movimentos que compõem as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Ato em comemoração ao 1º de Maio na Praça da República, na Praça da República, em São Paulo. Foto: JF Diorio/Estadão

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A CUT iniciou seu comício puxando uma vaia contra o ex-prefeito João Dória, Bruno Covas e o ex-governador Geraldo Alckmin. Para os militantes, eles são os responsáveis pela tragédia do prédio do largo do Paissandu. Manuela D'Ávila passou rapidamente pelo evento antes de ir para Curitiba e, ao falar sobre o incêndio, manifestou sua revolta contra o Estado e a cobertura da imprensa sobre o caso. Mais cedo, João Doria afirmou que o prédio tinha sido ocupado por uma 'facção criminosa'

Nos discursos ao longo do dia, os participantes reforçaram a necessidade de se criar uma frente ampla de esquerda. Luiz Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, criticou os dois anos do governo Temer, quando, segundo ele, os trabalhadores perderam direitos.

"Queremos para o futuro um governo desenvolvimentista e com instituições bancárias fortes como o Banco do Brasil e o BNDES", disse. Ele apelou para os presentes no comício votarem no sindicalista Luiz Marinho para governador e em Eduardo Suplicy para senador. 

Jilmar Tatto, cotado como o segundo nome ao Senado pelo PT, criticou a fala do governador Geraldo Alckmin e do ex-prefeito paulistano João Doria sobre o incêndio. Para ele, os dois pré-candidato do PSDB colocam a culpa pelo incêndio nas vítimas e criminalizam os movimentos de moradia. 

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Tatto fez ainda um apelo eleitoral ao lado de Suplicy. "Temos que tirar os senadores golpistas que votaram a favor da reforma trabalhista que tirou direitos dos trabalhadores. Temos que retomar nossas vagas no Senado". Minutos depois, Suplicy fez um breve discurso em defesa do ex-presidente Lula. 

Coube a Luiz Marinho a última fala política do ato, com um recado de Lula. "O presidente continua indignado e sereno, e pede que o povo mantenha a esperança". Marinho defendeu o plano de manter a candidatura de Lula até o fim e encerrou o ato com o grito de ordem "Eu sou Lula", entoado de volta pelos presentes no local. 

Não há estimativa do número de participantes, mas o evento teve adesão menor que a esperada. Não houve registro de tensão. Após as falas dos políticos, houve apresentações de artistas como Liniker e os Caramelows, do cantor paraíbano Chico César, da rapper Preta Rara e da sambista Leci Brandão, além do grupo Mistura Popular e do compositor e intérprete de samba enredo André Ricardo. Celsinho Mody e Grazzi Brasil, intérpretes do samba enredo Paraíso da Tuiuti em 2018, também se apresentaram. 

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