Aprovação do governo cai, rejeição a Dilma sobe e 2º turno fica mais provável

Pesquisa Ibope encomendada pela União dos Vereadores de SP mostra que, pela primeira vez, o número dos que acham a gestão ruim ou péssima é maior do que os que consideram ótima ou boa

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Por Daniel Bramatti , e Rodrigo Burgarelli
Atualização:

 São Paulo - Pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira, 10, trouxe uma série de más notícias para a presidente Dilma Rousseff: sua taxa de intenção de voto oscilou para baixo, a rejeição a seu nome aumentou, a possibilidade de haver um segundo turno ficou mais concreta e, nesse caso, a disputa ficou bem mais apertada. Para completar, a avaliação do governo piorou.

A intenção de voto na petista passou de 40% pra 38% desde o levantamento anterior do Ibope, concluído em 18 de maio. Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), por sua vez, oscilaram dois pontos para cima (de 20% para 22% e de 11% para 13%, respectivamente).

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A soma das taxas dos adversários de Dilma, incluídos na conta os chamados nanicos, chega a 42%, quatro pontos a mais do que o porcentual obtido pela petista. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, os dois índices estão no limite da margem de erro - um empate, nesse caso, é estatisticamente improvável.

Novo contexto. Na pesquisa anterior, Dilma tinha 40%, e os adversários, somados, 36%. Com a virada, o segundo turno passa a ser um cenário cada vez mais concreto, já que a eleição só será decidida em rodada única se um candidato obtiver maioria absoluta dos votos (50% mais um).

Nas simulações de um eventual segundo turno, Dilma continua na liderança, mas sua vantagem em relação aos adversários sofreu forte queda desde maio. Ela permaneceu estável, mas houve crescimento dos candidatos de oposição.

Em um embate com Aécio, a petista venceria por 42% a 33% se a eleição fosse hoje. No Ibope anterior, o placar era de 43% a 24% - ou seja, a vantagem da petista caiu de 19 para 9 pontos porcentuais.

Em um eventual confronto direto com Eduardo Campos, Dilma lidera por 41% a 30%. Na pesquisa anterior, a petista tinha 20 pontos porcentuais de folga nessa simulação (42% a 22%).

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Entre os principais candidatos, Dilma foi a única que aumentou seu índice de rejeição: a parcela dos eleitores que não admite votar nela em nenhuma hipótese subiu cinco pontos porcentuais, de 33% para 38%.

Aécio e Campos são rejeitados por 18% e 13%, respectivamente. Na pesquisa anterior, os índices eram 20% e 13%.

Gestão desgastada. Pela primeira vez desde a posse da petista, em janeiro de 2011, o número de eleitores que consideram o governo Dilma Rousseff ruim ou péssimo superou o porcentual daqueles que avaliam sua gestão positivamente. Segundo o Ibope, 35% dos eleitores têm opinião negativa sobre o governo, contra 31% que o consideram ótimo ou bom.

O índice de avaliação positiva do governo voltou ao patamar medido pelo Ibope em julho do ano passado, imediatamente depois das manifestações que levaram milhões às ruas. A situação da presidente, no entanto, é ainda pior hoje, pois o número dos que consideram o governo ruim ou péssimo à época empatava com as avaliações positivas - 31%.

A tendência das avaliações favoráveis é de queda. Em maio, 35% julgavam o governo ótimo ou bom - quatro pontos a mais que hoje.

Embora o porcentual de avaliação negativa tenha apenas oscilado em relação ao número medido pelo Ibope em maio - 33% de ruim ou péssimo na pesquisa do mês passado -, o total desses brasileiros tem crescido constantemente desde novembro de 2013, Na época, a avaliação negativa do governo era de apenas 24%.

Oscilou para cima também o número de pessoas que consideram a gestão Dilma regular: de 30% em maio para 32% agora.

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Além de colher opiniões sobre o governo como um todo, o Ibope também mediu a aprovação ao desempenho pessoal de Dilma no cargo.

O número de pessoas que desaprova a forma como a presidente vem gerindo o País também subiu em relação a maio: de 48% para 51%. Já o das que aprovam caiu na mesma proporção - de 47%, em maio, para 44%, agora.

O Ibope entrevistou 2.002 pessoas em 142 cidades, de 4 a 7 de junho. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 2 pontos porcentuais. A pesquisa foi registrada sob o protocolo BR-00154/2014 no TSE.

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