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Após apelo do Planalto, base aliada se cala sobre sucessão na Câmara

Líderes partidários, como Jovair Arantes (PTB-GO) e Rogério Rosso (PSD-DF), afirmam que não é o momento para fazer campanha a favor de nomes para presidir a Casa; governo teme racha

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Por Isadora Peron
Atualização:
Sessão no plenário da Câmara, em julho de 2013 Foto: André Dusek|Estadão

BRASÍLIA - Após apelo do Palácio do Planalto, líderes da base aliada adotaram o discurso de que irão deixar para novembro o início das articulações para a eleição da presidência da Câmara, hoje ocupada pelo deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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A preocupação do Planalto é de que a antecipação do debate rache a base e interfira na votação de matérias importantes para o governo, como a aprovação da proposta de emenda à Constituição que estabelece um teto para os gastos públicos, prevista para a semana que vem.

Nesta segunda, 17, um jantar do Centrão, inicialmente marcado para discutir o tema, causou mal-estar entre auxiliares do presidente Michel Temer e acabou se transformando em uma reunião para debater a reforma política.

Coube ao ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) alertar os parlamentares de que o Planalto considerava a discussão inoportuna para o momento. O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), só aceitou ir ao encontro após ouvir que a sucessão de Maia não seria discutida. 

O anfitrião do jantar, o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), mudou então o discurso para que as articulações sobre a sucessão do comando da Câmara tenha início depois do segundo turno das eleições municipais, marcada para o dia 30. “A discussão desse processo é um pouco mais para frente. Começa em novembro e depois vai acelerando”, disse.

Esse também foi o tom adotado pelo líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF), que diz que é preciso esperar a votação da PEC do teto. “Agora não é o momento certo. Precisamos pensar no País”, disse.

Tanto Jovair como Rosso são cotados para concorrer à eleição interna da Casa, marcada para fevereiro. A ideia é que o Centrão, grupo de 13 partidos como o PTB, PSD e PP, tenha um representante na disputa.

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O desejo desses deputados é atrair o apoio do PMDB e ganhar força para derrubar candidatos de partidos mais tradicionais, como o PSDB, que pode lançar os nomes Antonio Imbassahy (PSDB-BA) ou Carlos Sampaio (PSDB-SP). Maia, por sua vez, também não descarta uma manobra regimental para tentar disputar a reeleição.

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