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Apesar de discordar de rejeição de contas, Planalto admite 'tiro no pé' ao enfrentar TCU

Pedidos de liminar no Supremo contra tribunal de contas 'judicializou' um problema que seria político, dizem interlocutores de Dilma

Por Isadora Peron
Atualização:

Atualizado às 13h39 BRASÍLIA - Um dia depois de o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitar por unanimidade a prestação de contas do governo do ano passado, interlocutores da presidente Dilma Rousseff já começam a admitir que foi um erro a estratégia de fazer um enfrentamento público com o órgão na semana do julgamento. Para um ministro do PT, o pedido para tentar afastar o ministro Augusto Nardes da relatoria do caso e a decisão de entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender o julgamento foi "um tiro no pé" e "judicializou" um problema que é político. 

José Eduardo Cardozo, Luís Inácio Adams e Nelson Barbosa em entrevista coletiva no dia 4 de outubro, sobre o julgamento das contas de 2014 no TCU Foto: André Dusek/Estadão

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A avaliação é que, como o governo já esperava a rejeição do balanço de 2014 pela corte, o Palácio do Planalto deveria ter concentrado esforços em reorganizar a sua base aliada para que as contas sejam aprovadas no Congresso.

Nesta quinta, o governo cancelou pela segundo vez a entrevista coletiva para falar sobre a decisão do TCU. Ontem, após o Planalto anunciar que o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, falaria com a imprensa após o julgamento, também houve um recuo e o governo optou por emitir apenas uma nota sobre o caso. No texto, o governo afirmava que o parecer do TCU era prévio e ainda seria submetido a "ampla discussão e deliberação" no Congresso.

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