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Ao assumir Agricultura, Kátia Abreu promete gestão sem privilégio a empresa

Senadora do PMDB assumiu comando da pasta deixado por Neri Geller

Por Ricardo Brito e Nivaldo Souza
Atualização:

BRASÍLIA - Ao tomar posse nesta segunda-feira, 5, a nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB) prometeu que nenhuma empresa terá privilégios em sua gestão à frente da pasta. 

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Ela disse ainda ter recebido da presidente Dilma Rousseff metas prioritárias como criar “programas inovadores” e “ampliar a classe média rural brasileira”. “A presidenta Dilma me pediu obstinação nesta tarefa”, disse.

A ministra afirmou que, diante do pedido, a Agricultura irá “estabelecer dobrar a classe média rural em quatro anos”. Nas contas de Kátia Abreu, essa fatia do campo é formada por 800 mil produtores da classe C. Ela apontou que cerca de 70% dos cerca de 5 milhões de produtores do País estão nas classes D e E, grupos que serão alvos do ministério. “Para que isso aconteça (dobrar classe média rural), levaremos assistência técnica para o produtor rural”, afirmou.

Ela destacou o papel que a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) terá na sua gestão para promover uma “revolução do conhecimento no campo”. “Iremos de porteira em porteira para encontrar essas pessoas”, disse. 

No começo do mês, um dos sócios do frigorífico JSB, o empresário Joesley Batista, esteve no Palácio do Planalto e pediu ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para que a presidente Dilma Rousseff revisse a indicação da senadora à pasta da Agricultura. 

À época presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu disse que "não via" a resistência da JBS à sua indicação. 

"Nunca conversei com eles sobre isso. O que eu leio é o que vocês estão vendo na imprensa. Sinto muito se for verdade, mas não vejo motivos para isso", disse. Sobre o convite, a senadora desconversou. Sorrindo, afirmou tratar-se de "especulação" e que "não trabalha sobre hipóteses". Ela destacou seu trabalho no Senado e na CNA como ações para valorizar o produtor rural e não favorecer interesses de grandes empresas.

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Kátia Abreu tem sido crítica à JBS desde que a empresa iniciou a campanha da marca Friboi como sinônimo de qualidade da carne. Ela chegou a utilizar a tribuna do Senado para criticar a empresa. "A intenção em todos os momentos da minha vida e da minha luta é ter espírito público e trabalhar para o Brasil e não para corporações específicas", afirmou, ao ser questionada sobre a resistência do JBS ao seu nome para Agricultura.

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