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ANÁLISE: Sobre Lobão na CCJ

A indicação do senador maranhense para a presidência da poderosa Comissão de Constituição e Justiça é mais uma prova da capacidade de resistência do PMDB

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Por André Cesar
Atualização:

A indicação do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para a presidência da poderosa Comissão de Constituição e Justiça é mais uma prova da capacidade de resistência do partido. Crivado de denúncias, os peemedebistas seguem dando as cartas.

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Além da experiência política e da fácil interlocução com governo e oposição, Lobão conta com o apoio dos grupos políticos de Renan Calheiros e de José Sarney, além, é claro, do novo presidente do Senado, Eunício Oliveira, e também do Planalto. Nada mal. Em primeiríssimo lugar, a definição de Lobão no comando da CCJ coloca nos trilhos a sabatina de Alexandre de Moraes, provável novo ministro do Supremo Tribunal Federal. A arguição e votação de Moraes no colegiado ocorrerão ainda antes do Carnaval, o que representa uma ótima notícia para Temer. Uma lacuna a menos na agenda presidencial. Olhando mais a médio e longo prazos, teremos o senador maranhense comandando o processo de discussão e votação de matérias fundamentais para o governo Temer, como as reformas previdenciária e trabalhista. Isso sem falar nas reformas microeconômicas e demais matérias que entrarão na agenda nacional. Claro está que, na presidência da CCJ, Lobão atrairá para si muitos dos holofotes da política nacional. Para alguém investigado em duas ações da Operação Lava Jato, não é pouco. Imprensa, oposição, opinião pública, redes sociais e outros estarão de olho nas ações e decisões de Lobão. A força de seu grupo político, porém, tem instrumental para superar isso. A Lava Jato seguirá seu processo de investigação e, a princípio, o novo presidente da CCJ pouca influência terá sobre os eventos. O que se espera, de fato, é a continuidade do respeito entre os Poderes, e Edison Lobão será peça importante nesse processo.

*Cientista político e sócio-diretor da Hold Assessoria Legislativa

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