O argumento de Rodrigo Janot, de que “o petrolão só pôde existir com Lula”, é muito forte. Estará a partir de agora como um carimbo a marcar a biografia do ex-presidente, um fantasma a perseguir aquele que ainda é um mito para uma faixa da sociedade.
No inquérito-mãe da Lava Jato que soma 69 políticos, Lula estará ao lado dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, todos de mãos estendidas a pedir ajuda do futuro governo Michel Temer. Ajuda que dificilmente virá.
A defesa perante a Justiça é muito diferente da defesa política, na qual Lula é expert. Nesta, a pessoa rebate ataques com bravatas e palavras que sacodem a plateia. Naquela, advogados buscam detalhes técnicos que nem sempre convencem os juízes.
Lula terá a solidariedade dos petistas neste momento? Talvez. Mas o PT já não é o mesmo de quando o ex-presidente chegou ao Palácio do Planalto. Assim como Lula. São quase um arremedo do que já foram.