Análise: fragilidade das instituições deixa Forças preocupadas

Manifestação do comandante foi superestimada e deve ser vista “sem nenhuma outra pretensão que não seja evidenciar preocupação com as incertezas, as idas e vindas das instituições nacionais”, definiu um oficial

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Não há uma conspiração militar em evolução no País. Entretanto, as Forças Armadas estão severamente preocupadas com a fragilidade das instituições nacionais. Isso ficou claramente definido na repercussão interna das afirmações de repúdio à impunidade feitas por meios digitais pelo comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, pouco antes da votação no STF do processo de concessão do habeas corpus preventivo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para um cientista social da Universidade de Brasília que não quer ser identificado, “o fenômeno de ontem mostra que o estamento combatente tem plena consciência de que seu compromisso prioritário, constitucional, é com a preservação do estado nacional brasileiro”.

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A manifestação do comandante foi superestimada e deve ser vista “sem nenhuma outra pretensão que não seja evidenciar preocupação com as incertezas, as idas e vindas das instituições nacionais”, definiu ontem um oficial do primeiro escalão da Força. O comentário foi seguido, horas depois, por uma nota de esclarecimento assinada pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato. O comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, não se manifestou.

Uma das primeiras reações às observações do general Villas Bôas veio de um outro general de Exército, Geraldo Miotto, ex-comandante do Comando Militar da Amazônia (CMA) e há poucos dias chefiando o Comando Militar do Sul (CMS). Ambas as estruturas regionais são estratégicas no plano de atuação da Defesa. Miotto, ainda nas redes sociais, respondeu a uma postagem do general Gerson de Freitas, comandante do Comando Militar do Oeste, a propósito das afirmações de Villas Bôas: “Freitas!!! Estamos firmes e leais ao Comandante!! Brasil acima de tudo!! Aço!”