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'América Latina não criou leis para proteger liberdade de imprensa’

'Apesar da democratização, em três décadas a América Latina não criou as reformas legais suficientes para proteger a liberdade de imprensa', disse o coordenador

Por Gabriel Manzano
Atualização:

SÃO PAULO - Entrevisa com Carlos Lauria, Coordenador para a América Latina do Comitê de Proteção a Jornalistas.

 

A que o sr. atribui o crescimento da censura no continente?

 

Apesar da democratização, em três décadas a América Latina não criou as reformas legais suficientes para proteger a liberdade de imprensa. E sistemas jurídicos insuficientes estimulam certas autoridades a pressionar.

 

O relatório também faz muitas referências à autocensura.

 

Sim, ela se tornou um fenômeno central. No México, em Honduras, na Colômbia, a falta de garantias e as ameaças diretas levam o jornalista a desistir de levar pautas adiante. Censura e autocensura juntas estão no nível mais alto que se viu desde o fim das ditaduras nas Américas.

 

O cenário no Brasil é parecido?

 

O problema mais sério do Brasil está na primeira instância. Muitos juízes de pequenas cidades são pressionados. A desproteção de jornalistas em áreas distantes é um caso preocupante. Mas há também o caso espantoso do Estado, cujo problema está num tribunal superior.

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Que agenda o sr. vai levar para os contatos em Brasília?

 

Estarei lá amanhã, com autoridades do governo e no STF. É natural que nesses contatos se discuta e se procure saber como encaram esses desafios.

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