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Alves cria comissão para discutir PEC da demarcação de terras indígenas

Medida que desagrada o Executivo foi tomada um dia depois do anúncio do veto ao pagamento do orçamento impositivo para 2014

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Por Ricardo Della Coletta
Atualização:

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), autorizou, nesta terça-feira, 10, a instalação da Comissão Especial responsável por discutir a Proposta de Emenda à Constituição que passa para o Legislativo a competência pela demarcação de terras indígenas e quilombolas, a PEC 215. Hoje, essa responsabilidade é do Executivo.

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O anúncio da medida que desagrada o Executivo foi feito por Henrique Alves em sua conta no Twitter, nesta terça, um dia depois de o governo federal afirmar que não vai cumprir o acordo para empenhar R$ 12 milhões em emendas parlamentares de cada deputado e senador neste ano. O chamado orçamento impositivo é uma das bandeiras de Alves na presidência da Casa. No início da tarde desta terça, Alves disse que o veto do Executivo ao orçamento impositivo iria "tensionar" a relação entre o Executivo e o Legislativo.

 

 

Num ato da presidência, Alves convocou a reunião de instalação para as 18 horas desta terça. Lideranças que participaram do colégio de líderes relataram ao Broadcast Político que o presidente da Câmara havia anunciado a sua decisão de criar a comissão durante a reunião realizada nesta terça-feira.

Na ocasião, o presidente ouviu críticas do PT e do PSOL, contrários à matéria. O governo também se opõe ao projeto - nesta terça, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo foi à Câmara para reafirmar a posição do Planalto e argumentar que a PEC é inconstitucional.

Segundo deputados que participaram do colégio de líderes, Alves teria dito que o objetivo é, a princípio, apenas debater a proposta. O presidente vinha sofrendo pressões de duas frentes: os ruralistas queriam a criação do colegiado especial para ver avançar uma de suas principais bandeiras enquanto que parlamentares que atuam pela defesa dos direitos indígenas queriam a matéria engavetada.

A instauração de uma comissão especial, no entanto, é um avanço para a tramitação da proposição. Os deputados terão o mínimo de 10 sessões para apresentar emendas, sendo que após isso um parecer já pode ser apresentado e depois, votado. Superada essa etapa, a PEC estará pronta para ser analisada pelo Plenário da Câmara.

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