BRASÍLIA - O peemedebista Osmar Serraglio (PR) foi eleito na tarde desta terça-feira, 3, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Ele disse que assume o cargo sem nenhum compromisso e que foi mal compreendido pela imprensa no caso do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)."O que posso afirmar que o Brasil pode esperar de mim é que teremos um condutor exemplar", destacou.
Serraglio é aliado de Cunha e caberá à CCJ julgar os recursos do presidente da Câmara contra seu processo por quebra de decoro parlamentar em curso no Conselho de Ética. O novo presidente da CCJ indicou no discurso que deverá manter o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) como relator dos recursos do peemedebista. Serraglio disse que não se pode minimizar a "inteligência" da Casa, que se manifestará no plenário.
Ex-relator da CPI dos Correios em 2005 (que deu início às investigações do mensalão), Serraglio declarou ainda que sua história vai externar como irá proceder na CCJ.
Composição. O deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) - preferido do líder da bancada do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), para a presidência da comissão - ficou como primeiro-vice-presidente.
Na eleição foram escolhidos outros vice-presidentes da CCJ. A deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) foi eleita segunda-vice e o deputado Covatti Filho (PP-RS), o terceiro-vice. Não houve inscrição de candidaturas avulsas. Foram 43 votos a favor da chapa e sete votos em branco. Em um acordo entre os peemedebistas, Pacheco abriu mão da indicação e cedeu a vez para Serraglio. O deputado do Paraná era o candidato do grupo pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff e que se opôs à recondução de Picciani à liderança da bancada. Para emplacar Serraglio na CCJ, o grupo contrário a Picciani alegou que a indicação do deputado para presidir a comissão simbolizaria o primeiro passo para a unificação da bancada.
Serraglio agradeceu o desprendimento de Pacheco em ceder a indicação do PMDB a ele. Para Serraglio, o gesto foi importante para unir as forças antagônicas dentro da bancada. "No momento, há um prenúncio que a história se alterará na próxima semana e seria relevante que o partido não chegasse na próxima semana fracionado e dividido", afirmou. A CCJ é a principal comissão temática da Casa, onde é discutida a constitucionalidade das matérias em tramitação.