PUBLICIDADE

Alckmin e Aécio são hostilizados e não discursam na Paulista

Governador de São Paulo e presidente nacional do PSDB não foram poupados de críticas em manifestaçãao contra o governo federal

Foto do author Pedro  Venceslau
Por Pedro Venceslau e Valmar Hupsel Filho
Atualização:
Manifestante critica Aécio em protesto na Av. Paulista Foto: Pedro Venceslau|Estadão

SÃO PAULO - Virtuais adversários na disputa pela vaga de candidato do PSDB ao Palácio do Planalto em 2018, o senador Aécio Neves (MG), presidente do partido, e o governador Geraldo Alckmin participaram neste domingo, 13 – juntos pela primeira vez – da manifestação pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff na Avenida Paulista. Eles foram hostilizados por um grupo ao chegar .

Por volta das 15hs30, acompanhados por uma comitiva de parlamentares de oposição, Alckmin e Aécio se aproximaram do caminhão do Movimento Brasil Livre (MBL), que estava em frente ao MASP.

Comboio com tucanos indo para o protesto na Av. Paulista Foto: Divulgação

PUBLICIDADE

Os tucanos foram recebidos por xingamentos de “oportunistas”. Aécio também foi cobrado pela citação de seu nome no depoimento de delação premiada do senador Delcídio Amaral na Operação Lava Jato. 

O grupo ficou no local por cerca de 15 minutos e então se dividiu. Alguns parlamentares retornaram à van que os transportou à avenida. Aécio foi convidado pelos líderes do MBL a falar ao microfone, mas declinou. Alckmin também optou por não usar a palavra. Em nota enviada pelo PSDB aos jornalistas, o partido afirma que já estava definido previamente que eles não falariam. 

Ao deixar a manifestação, Aécio e Alckmin fizeram um trajeto tenso de três quadras até a van que os esperava. No caminho, foram novamente hostilizados por manifestantes que vestiam camisetas da Seleção Brasileira e gritavam ofensas como “corruptos” e “oportunistas”. 

‘Normais’. Enquanto isso, motoristas que passavam no local e pedestres gritaram palavras de apoio aos tucanos. Não houve confronto. Em uma rápida e tumultuada entrevista coletiva, Aécio considerou “normais” as manifestações contrárias.  Sobre a citação do nome dele em delações da Lava Jato, o senador disse que “todas precisam ser investigadas”, mas ressaltou que as relativas a ele “estão se desmontando, porque são falsas”. 

O presidente do PSDB também pregou “convergência entre as ruas e a política”. Enquanto ele falava, os manifestantes gritavam “fora”. “Esse é o momento em que os brasileiros, em paz e com suas famílias, exercem sua cidadania. O Brasil quer continuar unido em paz com seu povo. A sensação é que os brasileiros resolveram pegar seu destino com a mão”, disse Aécio. 

Publicidade

Já Alckmin repetiu o que havia dito em uma entrevista coletiva ao lado do senador mineiro, no Palácio dos Bandeirantes, antes da manifestação. “Precisamos o mais rápido possível virar essa página e retomar o crescimento.” 

‘Pontuais’. Os líderes da oposição minimizaram o incidente. “As vaias foram pontuais. Houve uma manifestação de cobrança. As pessoas às vezes imaginam que a oposição poderia conseguir resultados mais rápidos”, disse o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), líder da oposição no Congresso. Antônio Imbassahy, líder do PSDB na Câmara, seguiu na mesma linha. “Eles também foram aplaudidos, mas tiveram alguns pontos de descontentamentos. Em uma manifestação com mais de 1,5 milhão de pessoas isso pode acontecer”. O senador tucano José Serra (PSDB), que também pleiteia a vaga de candidato à Presidência, participou do ato separado do grupo e também não discursou.