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Alckmin afirma que diálogo com assentados do MST reduziu invasões de terra

Desde o ano passado, governador promoveu três grandes reuniões com militantes; líder sem-terra, João Pedro Stédile elogiou tucano

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Por Pedro Venceslau
Atualização:

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse nesta terça-feira (29) que o diálogo aberto entre o governo paulista e os assentados do Movimento Sem Terra (MST) contribuiu para reduzir pela metade as invasões de terra no Estado. Reportagem do Estado publicada no domingo mostrou que o governador tucano abriu a porta do Palácio dos Bandeirantes para os dirigentes do MST, organização historicamente ligada ao PT.

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Desde o ano passado, o governador promoveu três grandes reuniões com o MST. Na primeira delas, em abril, ele participou pessoalmente, levou consigo todos os 27 secretários e abriu as portas do governo para Gilmar Mauro, visto como um dos mais radicais líderes sem terra. Em contrapartida, ganhou o apoio político do movimento.

"O diálogo reduziu a menos da metade as invasões. Não há parceria com o MST, mas compromisso com a reforma agrária”, disse Alckmin na saída da premiação do ranking Empresas Mais, elaborado pelo Estadão. O governador ressaltou, ainda, que São Paulo é um modelo de assentamentos “que deram  certo”.

A aproximação com o grupo ocorre no momento em que a presidente Dilma Rousseff se distancia dos movimentos sociais por causa dos cortes de programas decorrentes do ajuste fiscal. Um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, elogiou nesta segunda-feira o chefe do Executivo paulista.  "(Alckmin) deu exemplo do que é, na prática, fazer com que a Constituição (Federal) seja normatizada".

O dirigente se refere a projeto de Lei encaminhado por Alckmin à Assembleia Legislativa normatizando que todos os assentados que receberem terras públicas estaduais pela reforma agrária no Estado tenham obrigatoriamente o título de concessão de uso com direito à herança.

Stédile, porém, é cauteloso ao falar sobre a relação entre o MST e o governo.  “Não existe aproximação. As relações do MST, seja com governos municipais, estaduais e federal, são sempre de autonomia".

O diálogo entre o governo paulista e o MST desagradou a União Democrática Ruralista (UDR), entidade que representa fazendeiros e produtores rurais. “Vai ser um tiro no pé”, disse o presidente da entidade, Luiz Antonio Nabhan Garcia. "No momento em que abre as portas para uma organização fora da lei, o governo cria uma situação de grande desgaste com o setor produtivo rural do Estado", acrescentou. / COLABOROU JOSÉ MARIA TOMAZELA

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