Entre os principais alvos dos protestos organizados nesta quinta-feira, 20, por sindicalistas e movimentos sociais em todos os Estados do País estavam o ajuste fiscal elaborado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a Agenda Brasil, proposta pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
No Rio de Janeiro, os atos começaram nas imediações da igreja da Candelária e seguiram até a Cinelândia, no centro. A Polícia Militar não divulgou o número de manifestantes, mas, segundo os organizadores, entre 20 mil e 25 mil pessoas participaram da passeata.
Havia militantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras Brasileiros (CTB), da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e de diversos outros sindicatos. Também participaram militantes do Movimento dos Sem Terra (MST) e estudantes.
Algumas faixas chamavam Levy de “defensor dos ricos”. Outra, produzida pela Federação Única dos Petroleiros, chamava o senador José Serra (PSDB-SP) de “entreguista do pré-sal”. Havia ainda cartazes de críticas aos também tucanos Aécio Neves (MG) e Fernando Henrique Cardoso. Um deles classificava a Agenda Brasil de “agenda da vergonha”.
Em Belo Horizonte, o nome mais lembrado durante o protesto de ontem realizado no centro da capital mineira foi o de Aécio. Em vários momentos uma vaia ao parlamentar era puxada por sindicalistas em cima dos carros de som. A manifestação superou em público (2.500 pessoas) a última realizada pelos apoiadores da presidente Dilma na capital mineira, em março, quando 2.100 pessoas foram ao ato.
Nordeste. Na região Nordeste, a cidade que mais reuniu pessoas foi Fortaleza, com 2.500 manifestantes, segundo a Polícia Militar. O líder do governo no Congresso, deputado José Guimarães (CE), presente no protesto, afirmou que a crise econômica atual é “passageira”. Em Salvador, um dos presentes no ato, o ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, questionou a condução da investigação pela força-tarefa da Operação Lava Jato. “A Constituição não está sendo obedecida. A prisão não pode ser para conseguir confissão. Execração pública não é pena tipificada no Código Penal”, afirmou.
Em Porto Alegre, os manifestantes se posicionaram contra o ajuste fiscal e pediram a renúncia do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.