Afif se diz contra redução da jornada de trabalho

Por ANA FERNANDES
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O ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa e vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, disse agora à noite na capital paulista que não é o momento de o Brasil reduzir a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. O ministro participou de uma reunião da presidente Dilma Rousseff com cerca de 80 empresários do varejo, que durou pouco mais de três horas.Afif argumentou que o país está em situação de pleno emprego e que por isso não seria adequado alterar as regras agora. "Hoje você acaba tendo dificuldade de encontrar mão de obra, então a hora pra se discutir as 40 horas (semanais) não é agora", disse a jornalistas após o evento.O posicionamento do ministro é uma resposta favorável à demanda apresentada pelo setor varejista. Os empresários também pediram a continuidade da desoneração da folha e flexibilização dos contratos de trabalho para permitir, por exemplo, trabalhadores de fim de semana. Afif disse que o governo acha interessante essa segunda proposta, que deve ser estudada. Quanto à desoneração, disse que deve ser mantida aos setores econômicos mas que a política não será ampliada.Segundo a empresária Luiza Trajano, do Magazine Luíza, que também acompanhou o evento que foi fechado à imprensa, farmácias e supermercados com faturamento anual superior a R$ 15 bilhões não são atualmente contemplados e gostariam de aderir ao benefício fiscal de substituir tributos na folha por uma taxa fixa sobre o faturamento. "A presidente disse que gostaria de aumentar (a desoneração da folha), mas desde que (o governo) tenha fôlego e atualmente não tem fôlego, ela foi bem transparente", disse Luiza sobre o pedido desses segmentos.Questionado sobre a condução da economia pelo governo, Afif disse que o Brasil "acertou em cheio ao valorizar o mercado interno" para superar o cenário de crise internacional. Sobre o limite do modelo de crescimento através do consumo, Afif defendeu o governo dizendo que "tem de haver um equilíbrio entre investimento e consumo, não dá pra parar um e focar no outro".Luiza Trajano fez avaliação semelhante, dizendo que é o consumo que financia o investimento. Quanto à inflação, Luiza disse que a presidente argumentou que é preciso cuidar para os índices não extrapolarem o teto da meta, mas sem prejudicar o desenvolvimento econômico ou gerar desemprego.Também após o evento, Afif foi questionado sobre a posição do PSD nas eleições presidenciais. Ele reiterou que é certo o apoio de seu partido à reeleição da presidente Dilma Rousseff. "A nossa posição é firme e não foi por barganha, foi por decisão majoritária do partido. Essa posição não recua."A presidente saiu sem falar com a imprensa.

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