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Afastamento abre discussão sobre interferência de um Poder sobre outro

Líder do DEM pondera que pleno do Supremo precisa confirmar decisão liminar contra Cunha; já para líder do PPS, não há interferência da corte

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Por Daiene Cardoso
Atualização:

BRASÍLIA - Líderes partidários foram surpreendidos na manhã desta quinta-feira, 5, com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki de afastar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do mandato parlamentar e do comando da Casa.

Eduardo Cunha Foto: Wilton Junior/Estadão

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O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), disse que o pleno do STF ainda precisa confirmar a decisão liminar, caso contrário pode configurar interferência de um Poder sobre outro. "É uma decisão monocrática que deverá ser confirmada pelo pleno. O afastamento de um deputado ou presidente da Câmara pode ser, sim, uma interferência sem o julgamento do pleno. Mas temos de ter cautela", ponderou.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou que o STF "tardou, mas não falhou", e disse esperar que a Casa esteja livre da "figura nefasta" do peemedebista. "Eduardo Cunha é incompatível com a função parlamentar e com a direção da Casa", declarou.

O deputado disse ver com naturalidade a decisão da Corte, que entendeu a "suprema gravidade" da situação da Câmara. Em sua avaliação, o STF demorou porque Teori é um ministro cauteloso. Agora, a expectativa é que o processo disciplinar no Conselho de Ética ande, uma vez que, ao perder seu poder, Cunha também deve perder o apoio interno na Casa.

O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), afirmou que a medida já era esperada há muito tempo pelo País, que Cunha abusava do poder e usou a presidência para fazer pressão interna e externa. "Não há interferência do STF", ponderou.

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