Aécio contrata advogado que atuou no mensalão para acompanhar Lava Jato

Senador quer saber circunstâncias em que foi citado nas investigações de esquema de corrupção na Petrobrás; procurador recomendou arquivamento de apuração contra tucano

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Por Debora Bergamasco
Atualização:

BRASÍLIA - Desde que soube que havia sido citado lateralmente pelo doleiro Alberto Youssef em depoimento de delação premiada para a Operação Lava Jato, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) contratou o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro para acompanhar o caso.

Um dos maiores criminalistas do Brasil, Kakay, como é conhecido, defendeu e conseguiu absolver o publicitário Duda Mendonça das acusações de ter participado do esquema de corrupção do mensalão. Duda Mendonça foi também o responsável pela campanha presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. 

Senador Aécio Neves (PSDB-MG)orientou a bancada tucana da Câmara a votar contra o distritão em mensagem de celular Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Kakay recebeu de Aécio a missão de descobrir quais eram as citações feitas por Youssef em relação ao mineiro. Assim que o depoimento do doleiro foi homologado, o criminalista descobriu que as menções a seu cliente não passavam de "ouvi dizer", relacionadas a um esquema de propina em Furnas, repassada para o PP.

Em delação premiada à qual o Estado teve acesso, o delator afirmou que o tucano teria recebido dinheiro fruto de propina de Furnas, estatal do setor elétrico, por meio “de sua irmã”, sem citar nomes ou detalhes. Aécio tem duas irmãs, Angela e Andrea – a última trabalhou no governo mineiro e na campanha eleitoral de 2014.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou nesta semana ao Supremo Tribunal Federal 28 pedidos de abertura de inquérito contra 54 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Lava Jato. Além deles, foram apresentados sete pedidos de arquivamento - entre eles o de Aécio. Os nomes não foram revelados oficialmente porque o caso está sob sigilo judicial. Caberá ao ministro Teori Zavascki, relator do caso no Supremo, decidir se tira o sigilo.

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