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Aécio admite 'conversar' com Meirelles se PSD deixar de apoiar Dilma

O pré-candidato do PSDB ao Planalto lembrou que o partido é parceiro dos tucanos em Minas; cotado para o Senado, ex-diretor do Banco Central é nome citado para a vice do tucano

Por Marcelo Portela
Atualização:

Belo Horizonte - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) admitiu nessa segunda-feira, 19, a possibilidade de "conversar" com o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles (PSD) sobre a vaga de vice na chapa encabeçada pelo tucano para a corrida presidencial. Aécio ressalta, entretanto, que essa negociação só ocorreria caso o partido de Meirelles deixe a base do governo federal e o provável apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff. O ex-presidente do BC é cotado para disputar o Senado pela direção da legenda."Não dou sinais que depois não possam ser correspondidos. O Meirelles é um nome extremamente qualificado, que o Brasil inteiro respeita, mas o que vejo hoje é que seu partido tem um compromisso com a presidente da República. Se isso mudar, vamos conversar", declarou. "Sempre tenho uma posição de respeitar muito os partidos políticos que atuam em outro campo. Tanto o PSD quanto alguns outros partidos cogitados para estarem ao nosso lado têm uma aliança ao menos anunciada com o governo federal. Cabe a mim respeitar essa aliança", acrescentou o senador.O tucano lembrou também que o partido comandado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab integra a base de apoio ao governo de Minas, comandado por mais de 11 anos pelo PSDB e hoje sob gestão de Alberto Pinto Coelho (PP), aliado do tucanato no Estado, e deve participar da coligação em torno da candidatura do ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB) ao Executivo estadual. "Fico muito feliz de o PSD estar aqui ao nosso lado, junto com outras forças políticas, mas vamos aguardar que as coisas avancem (no plano federal)", disse Aécio.As afirmações foram feitas em evento para a confirmação oficial da chapa que disputará o governo de Minas que, além de Pimenta, terá o presidente da Assembleia Legislativa de Minas, deputado estadual Dinis Pinheiro (PP), como candidato a vice e o ex-governador e também tucano Antonio Anastasia concorrendo a uma vaga no Senado.Anastasia deixou o cargo em abril para poder participar do pleito de outubro, mas também terá a função de coordenar a elaboração do plano de governo da candidatura de Aécio. Dinis Pinheiro, que foi eleito pelo PSDB, trocou a legenda pelo PP em outubro passado após perder disputa interna para ser o candidato tucano ao governo.Acordo com PSB. Após o evento, Aécio salientou também que vai "honrar" acordo com o PSB comandado pelo ex-governador Eduardo Campos (PE), que também participará da disputa presidencial em outubro. O tucano e o socialista firmaram uma espécie de "pacto de não-agressão" e de aliança em seus respectivos Estados. Os integrantes do Rede Sustentabilidade que integram o PSB mineiro, no entanto, descartam o apoio a Pimenta da Veiga. O médico ambientalista Apolo Heringer pretende disputar a convecção no PSB para ser o candidato do partido ao governo de Minas. "Temos que respeitar os outros candidatos. Eu não mudarei minha estratégia. Os entendimentos, os acordos que firmei, pelo menos da minha parte, serão honrados", disse Aécio.

 

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