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Advogado do PT evita falar em vitória na escolha de Maria Thereza para ação contra Dilma

'Não tem vitória nem derrota. A decisão do presidente Toffoli foi correta e cita inúmeros precedentes do Supremo', afirmou Flávio Caetano

Por Carla Araujo
Atualização:

Brasília - O coordenador jurídico do PT, Flávio Caetano, considerou acertada a decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro José Antonio Dias Toffoli, de manter a relatoria da ação de impugnação de mandato eletivo (AIME) da presidente Dilma Rousseff com a ministra Maria Thereza de Assis Moura, mas negou que ela tenha sido uma vitória para a presidente. 

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"Não tem vitória nem derrota. A decisão do presidente Toffoli foi correta e cita inúmeros precedentes do Supremo", afirmou ao Broadcast.

O advogado do PT elogiou ainda a postura do ministro em chamar as partes envolvidas - Coligação Muda Brasil (PSDB, DEM, SDD, PTB, PC do B, PMN, PEN, PTC e PTN) e Dilma Rousseff - para se manifestarem sobre a escolha da relatoria, mas negou que uma possível escolha do ministro Gilmar Mendes seria prejudicial ao PT. 

O presidente do TSE, Dias Toffoli Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

"O presidente, de forma inovadora, quis que as partes se manifestassem. Não temos razão nenhuma para duvidar do julgamento do Gilmar", disse, apesar de, nos argumentos apresentados a Toffoli, o partido ter defendido a manutenção de Maria Thereza.

"Fizemos na época uma manifestação com argumentos dizendo que havia precedentes do Supremo e do próprio TSE para situações como essa em que, embora houvesse mudança para o acórdão, não se prevê mudança da relatoria para a ação", explicou.

A ministra havia negado seguimento da ação em fevereiro, mas no dia 6 de outubro acabou sendo vencida pelo voto de Gilmar Mendes, quando o TSE decidiu, por 5 votos a 2, autorizar a instauração do processo, na primeira ação de impugnação de mandato aberta contra um presidente da República desde 1937.

Ministra Maria Thereza de Assis Moura, durante sessão plenária do TSE Foto: Roberto Jayme|ASICS|TSE

Por meio de uma questão de ordem, Maria Thereza chegou a sugerir que a relatoria ficasse a cargo de Gilmar Mendes e que, em casos de impugnação com as mesmas partes, o relator continuasse sendo o mesmo. O entendimento da ministra criou chances de Gilmar assumir o caso, já que o primeiro ministro a apresentar o voto vencedor costuma ficar com a relatoria.

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Segundo Caetano, a avaliação da ministra ao negar seguimento da ação não teve mérito, portanto, não justificaria a alteração na relatoria. "A ministra não proferiu voto de mérito e sim o voto preliminar", disse. "Na questão de ordem a ministra trouxe precedentes do STJ que diziam respeito de uma situação diferente onde já havia tido o julgamento do mérito", explicou.

Ao decidir pela manutenção de Maria Thereza como relatora, Toffoli argumentou que o Regimento Interno do TSE "não preconiza a modificação da competência ou a redistribuição dos processos" e que "em que pesem os argumentos apresentados pela ministra Maria Thereza de Assis Moura na presente questão de ordem, entendo que o deslocamento da relatoria, in casu, não encontra respaldo legal ou regimental", argumentou o presidente do TSE.