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Acusações contra Cunha não tiram legitimidade para conduzir impeachment, diz líder do DEM

Mendonça Filho defendeu que o presidente da Câmara continue conduzindo o processo de afastamento de Dilma e minimizou suspeitas que pesam contra ele no âmbito da Operação Lava Jato

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Por Daniel de Carvalho e Daiene Cardoso
Atualização:

BRASÍLIA - Apesar das denúncias de corrupção envolvendo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o líder do DEM na Casa, Mendonça Filho (PE), disse nesta terça-feira, 13, que o peemedebista tem legitimidade para dar seguimento ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

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"A situação do presidente da Casa tem que ser preservada do ponto de vista da prerrogativa constitucional", afirmou Mendonça, após participar de encontro que reuniu líderes da oposição e Cunha na residência oficial do presidente da Câmara. "Qualquer cidadão que esteja no cumprimento de suas obrigações tem legitimidade", disse o líder do DEM.

O Ministério Público da Suíça acusa Cunha e familiares de terem contas naquele país. Os recursos aplicados na Europa foram utilizados para pagar aulas de tênis e cursos no exterior, segundo as autoridades suíças.

Apesar da nota divulgada no fim de semana por DEM, PSDB, PPS, SD, PSB e Minoria pedindo o afastamento de Cunha, Mendonça disse que seu partido não assinará o pedido de cassação que será apresentado pelo PSOL nesta tarde ao Conselho de Ética da Câmara. No entanto, ele disse que não blindará o presidente da Casa. "A gente não criará nenhum obstáculo para qualquer processo de investigação. Não vai blindar ninguém", afirmou, após ser pressionado por jornalistas em entrevista coletiva.

A divulgação da nota irritou Eduardo Cunha e dividiu a oposição. Deputados do DEM, do PSDB e do Solidariedade encararam a emissão do comunicado como um erro que abalou a relação de confiança que tinham com o presidente da Câmara. Na avaliação de governistas e oposicionistas, a nota não passou de jogo de cena para dar satisfação a opinião pública e bases eleitorais.

Até o final da tarde, a oposição apresentará um aditamento ao pedido de impeachment protocolado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. A ideia é incluir no requerimento que pede o afastamento de Dilma as chamadas "pedaladas fiscais" praticadas em 2015. 

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