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Acusação contra Renan é 'seríssima', diz candidato derrotado à presidência do Senado

Pedro Taques criticou presidente eleito por ter sido alvo de denúncia do procurador-geral, Roberto Gurgel

Por Débora Alvares e Ricardo Brito
Atualização:

BRASÍLIA - Após ser derrotado na eleição para a presidência do Senado, o senador Pedro Taques (PDT-MT) afirmou nesta sexta-feira, 1, ser grave ter como presidente da Casa um senador denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF). No sábado, dia 26 de janeiro, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresentou uma denúncia contra o presidente eleito do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), ao Supremo Tribunal Federal (STF), por peculato (desvio de dinheiro público), falsidade ideológica e uso de notas fiscais falsas.Segundo Taques, trata-se de uma acusação "seríssima". "O Senado absolveu o senador Renan pelo Conselho de Ética em 2007, mas isso não significa nada, diversamente ao que disse o senador Collor, porque as instâncias são diversas. O poder Judiciário também é independente, soberano", disse o candidato derrotado.O pedetista não descartou a hipótese de apresentar uma denúncia contra Renan à Comissão de Ética Pública da Casa, o que será discutido em uma reunião depois do carnaval, mas ressaltou a necessidade de aguardar um pronunciamento do STF. "Vamos discutir isso em uma reunião, dentro desse grupo do Senado, independente de partidos políticos. Mas devemos aguardar o Judiciário", disse Taques.O senador mostrou-se satisfeito com os 18 votos recebidos. "Estávamos contabilizando mais 3 ou 4 votos, mas sabemos da força do PMDB e do PT. Não seria possível uma eleição para presidente do Senado sem debate. A nossa proposta foi a de debater ideias. Essa foi a minha missão", disse. "Confiamos que o senador Renan e a Mesa, que será eleita agora à tarde, possam, de alguma maneira, mostrar para a sociedade brasileira que aqui estamos para servir à sociedade, não para nos servirmos da sociedade", acrescentou.Ele admitiu ser muito ruim para o Senado ter um presidente denunciado ao STF, mas voltou a defender a soberania do Judiciário, citando o julgamento do mensalão como exemplo. "Nós temos quadrilheiros, corruptos, que este ano com certeza dormirão em um local que não será sua casa."

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