'Acompanho o caso de forma muito constrangida'

Como o senhor vê a atual situação política do País, em que chefes de dois poderes da República são alvos de questionamentos sobre suas respectivas permanências nos cargos?

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Por Redação
Atualização:

Uma quadra lamentável. Nós não gostaríamos de presenciar o que estamos presenciando. É lamentável também que haja este impasse por um desencontro de ideias entre o Executivo e o Legislativo nacionais. Isso não é bom para a República. Porque enquanto perdurar o impasse nós teremos um aprofundamento da crise econômica financeira, que é a crise que repercute, considerado o bem-estar do cidadão. Repercute quanto aos trabalhadores em geral porque, com a estagnação de um país (vem) o desemprego. É algo que não sinaliza dias melhores. Precisamos, de qualquer forma, mas que seja de acordo com o figurino constitucional, ultrapassar essa quadra.

Como avalia...

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Temos visto casos de ocupantes de cargos públicos de outros países deixarem seus cargos por envolvimentos em acusações menos graves das que são alvo o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que permanece no cargo.

Como o senhor acompanha as denúncias que envolvem Cunha?

Acompanho de forma muito constrangida. Não imaginava que pudéssemos ter, em termos de veiculação de fatos contra um presidente de uma Casa legislativa. Parti agora há pouco para a utopia, imaginando que, talvez, pudéssemos, se houvesse grandeza quanto aos ocupante dos cargos públicos, uma renúncia coletiva. Mas, pelo jeito, aqueles que ocupam se apegam muito aos cargos públicos.

O ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa, disse que o Brasil será humilhado quando os EUA começarem a julgar o caso Petrobrás. O sr. concorda?

O desgaste do Brasil no cenário internacional já houve. Não há dúvida. Tanto assim que a injeção de capital estrangeiro no Brasil está, e muito, dificultada. Agora, a responsabilidade civil no Brasil ainda engatinha. O que não acontece nos Estados Unidos. Se se chega ao final do processo quanto à responsabilidade desta ou daquela pessoa (natural ou jurídicas), as consequências são gravosas em termo de numerário. A vergonha já foi passada.

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