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A volta da 'mãe do PAC' ao Morro do Alemão

Três anos após ‘batismo’ de Lula, presidente inaugura teleférico em favelas

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Por Redação
Atualização:

RIO - Dilma Rousseff volta nesta quinta-feira, 7, pela primeira vez desde que assumiu a Presidência, ao local em que foi batizada de "mãe do PAC" pelo antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Desta vez, três anos depois do episódio que marcou o nascimento de sua candidatura ao Palácio do Planalto, ela será a protagonista da inauguração do teleférico que liga cinco favelas do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio.

 

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Em março de 2008, Lula dava início à obra que seria uma das vitrines do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em discurso na comunidade, dominada pelo tráfico de drogas, o presidente começou a construir publicamente a imagem de "gerente" da então ministra-chefe da Casa Civil - estratégia que usou na caminhada eleitoral.

 

"A Dilma é uma espécie de ‘mãe do PAC’. É ela que cuida, acompanha, que vai cobrar junto com o Márcio Fortes (ministro das Cidades na época) se as coisas estão andando ou não", disse Lula no evento.

 

No cargo de ministra da Casa Civil e no papel de "mãe do PAC", Dilma voltou três vezes ao Complexo do Alemão para visitar as obras de infraestrutura na comunidade - sozinha ou ao lado de Lula. Desde que foram anunciadas as intervenções no conjunto de favelas, há quatro anos, o orçamento passou de R$ 495 milhões para R$ 725 milhões - um aumento de 46,4%. Até agora, já foram liquidados R$ 611 milhões, ou 84,3% do valor previsto.

 

A obra é considerada um marco do PAC pelos governos federal e estadual, por se tratar do primeiro sistema de transporte de massa por cabo do Brasil. O teleférico, com investimentos de R$ 210 milhões incluídos no Orçamento, se destaca na paisagem da região, ao lado de uma das principais vias expressas da cidade.

 

Cerca de 30 mil pessoas deverão usar o novo meio de transporte a cada dia. As estações foram construídas nos topos dos cinco morros mais populosos do conjunto de favelas e na estação de trem de Bonsucesso. Todo o sistema será operado pela Supervia, concessionária responsável pelo transporte ferroviário na região metropolitana do Rio.

 

Com 3,5 km de extensão, o teleférico deve reduzir para 15 minutos um trajeto que atualmente pode levar mais de uma hora. Os moradores da favela serão cadastrados e terão direito a fazer duas viagens diárias de graça.

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O início da operação da linha foi adiado quatro vezes no último ano, por conta da necessidade de realizar testes e ajustes nas estações. Hoje, Dilma será a segunda presidente a inaugurar a obra, pois em dezembro do ano passado, em uma de suas últimas viagens oficiais, Lula participou da "entrega das obras" e fez um passeio em uma das cabines.

 

Mesmo antes da inauguração, o teleférico é considerado um sucesso pelo governo fluminense, que pretende ampliar a linha até a Igreja da Penha e integrá-la com a estação de metrô de Del Castilho. Também há estudos para a construção de sistemas semelhantes na favela da Rocinha, na zona sul, e em três comunidades da zona norte.

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