A tendência é apresentar um orçamento com déficit primário, diz líder do governo

Ministro da fazenda deve se reunir com presidente e junta orçamentária para definir o texto final do Orçamento

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Por Erich Decat
Atualização:

Brasília- O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), considerou neste domingo que a “tendência mais forte” é de que o governo encaminhe ao Congresso nesta segunda-feira o projeto do Orçamento da União de 2016 prevendo um déficit primário. “Esse é o caminho discutido. É a tendência. Acredito que se isso for confirmado pode ser melhor, porque a partir dai o Congresso e o Executivo poderão buscar alternativas lá na frente para tapar esse buraco”, afirmou Amaral ao Estado, que conversou no dia de hoje com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

O ministro deve se reunir na noite de hoje, em Brasília, com a presidente Dilma e a junta orçamentária do governo para definir o texto final do Orçamento. O encontro deverá ocorrer um dia após a presidente Dilma, pressionada pela cúpula do Congresso e por representantes do mercado, recuar da ideia de recriação da CPMF. Sem o novo imposto, a meta de superávit primário de 2016, de 0,7% do PIB, terá de ser reduzida novamente e pode haver corte de programas sociais. Para fechar o Orçamento do próximo ano, o governo tem de cobrir um rombo de aproximadamente R$ 80 bilhões.

O senador e líder do governo na Casa, Delcídio Amaral (PT-MS) Foto: Andre Dusek/Estadão

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O líder do governo no Senado, acredita que o mercado deverá reagir mas defendeu que a equipe econômica encaminhe uma proposta “mais realista” do Orçamento de 2016.

O senador lembrou que uma das propostas que tramitam atualmente no Congresso e que deve ajudar a recompor as receitas da União é o projeto de repatriação dos recursos de brasileiros no exterior não declarados à Receita Federal. Segundo o Ministério da Fazenda, estima-se cerca de R$ 200 bilhões não declarados no exterior. “A expectativa é que nós votemos isso nesta terça-feira. A estimativa apenas para esse ano é de repatriarmos R$ 30 bilhões”, ressaltou o senador. 

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