PUBLICIDADE

Vazamento de conta de ex-presidente é criticado em vigília

Manifestantes que foram a ato de apoio no Instituto Lula reprovam divulgação de dados bancários de petista

Por Ricardo Galhardo
Atualização:

Atualizado às 22h20

PUBLICIDADE

SÃO PAULO - O vazamento de dados sigilosos da LILS, empresa usada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para receber o pagamento por palestras, foi um dos principais alvos dos manifestantes que participaram ao ato em solidariedade ao petista na tarde de ontem, em São Paulo, realizado em frente ao Instituto Lula, na zona sul, onde foi lançada uma bomba no dia 30 de julho. 

O evento, organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, reuniu 600 pessoas, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública. Já os organizadores estimaram em 5 mil. Um policial que trabalhava no local disse que o ato reuniu pelo menos 1,5 mil pessoas. Lula não compareceu. Ele passou o domingo na sua chácara em Atibaia.

O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, disse considerar “esquisito” o vazamento e a inclusão de um telefonema entre Lula e o empreiteiro Alexandrino Alencar, da Odebrecht, em um dos relatórios da Operação Lava Jato. “Quando estes instrumentos da democracia são usados de forma ilegal, é muito grave. Vamos discutir durante a semana quais medidas podem ser tomadas.”

A revista Veja desta semana mostra relatório em poder da Lava Jato segundo o qual a LILS recebeu R$ 10 milhões das empresas investigadas pela PF.

“É inexplicável para a PF do Paraná este vazamento. Enquanto não explicarem isso eles nos dão o direito de suspeitar que estão instrumentalizando as investigações contra o PT”, disse o secretário nacional de Comunicação do PT, o deputado estadual José Américo Dias.

Debates. O ato teve uma série de debates com a participação de juristas, movimentos sociais e intelectuai. O principal tema foi a ameaça de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O professor de direito criminal da USP, Salomão Schecaira, rechaçou o impeachment e criticou o juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato. “Nem temos a esperança de que o Supremo Tribunal Federal vá salvaguardar a democracia. Ninguém tem coragem de enfrentar o Sergio Moro”, afirmou o professor. 

Publicidade

Mas segundo o presidente do diretório estadual do PT de São Paulo, Emídio de Souza, o objetivo não era fazer um contraponto às manifestações pelo impeachment. Um dos oradores fez um desagravo ao ex-ministro José Dirceu, preso pela Lava Jato, mas não empolgou a plateia. 

O evento reuniu petistas e antigos militantes de esquerda como os ex-sindicalistas Djalma Bom e Rafael Martinelli. Uma batucada, dois carros de som e diversas barracas que vendiam bebidas e churrasco animaram o ato, que terminou sem incidentes às 18h30, com o Hino Nacional executado pelo músico Pereira da Viola.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.