'Voto com meu partido', diz Skaf sobre eleição de Dilma

Peemedebista cita Temer, mas não a presidente, e afirma fazer campanha 'estadualizada' contra PT e PSDB

Por Roldão Arruda , Ana Fernandes e Wladimir D’Andrade
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Para não declarar apoio a Dilma Rousseff na eleição presidencial, o candidato do PMDB ao governo paulista, Paulo Skaf, disse ontem que votará no presidente de seu partido, Michel Temer - que disputa a reeleição à Vice-Presidência na chapa da petista. "O meu voto pessoal, como cidadão, é para o presidente do meu partido. Eu voto com meu partido", afirmou o peemedebista. Quinto candidato a participar da série Entrevistas Estadão, Skaf publicou recentemente em seu perfil no Facebook um vídeo ironizando a proximidade de sua campanha ao PT. O fato provocou polêmica no PMDB, aliado do governo Dilma. Nesta sexta-feira, ao ser indagado se moderou suas afirmações após ser enquadrado por Temer, respondeu: "Não é perfil do vice-presidente enquadrar pessoas, e também não é meu perfil receber enquadramento de ninguém." O candidato deixou claro na entrevista sua preocupação em se diferenciar do PT, cuja candidata a presidente tem taxa de rejeição de 38% no Estado, e do PSDB, que está no poder há 20 anos. "Tanto o PT quanto o PSDB são meus adversários. O palanque do PT é do PT, o nosso palanque é nosso palanque. Se misturasse essa história, confundiria o eleitor", disse Skaf. "Há 20 anos São Paulo polariza entre PT e PSDB. Há 20 anos o Estado é governado pelo mesmo partido, pelas mesmas pessoas, pela mesma visão, mesma forma de fazer as coisas. A nossa proposta é tratar de uma forma diferente, buscando uma gestão de resultados." Sem espaço para Dilma. Skaf foi evasivo ao ser questionado se fará eventos de campanha ao lado de Dilma. Temer tenta articular uma agenda comum no interior do Estado e chegou a escolher o local para isso: Jales. O candidato disse que sua agenda muda constantemente - "a de amanhã mudou duas vezes" - e resumiu: "Não tenho nenhuma confirmação de agenda para o final do mês e não vou precipitar o assunto." O peemedebista usou estilo semelhante quando perguntado se o seu material de campanha vai incluir o nome de Dilma: "Temos quase 500 candidatos, de toda a coligação, concorrendo a cargos de deputado federal, deputado estadual, senador. Todos fazem material de campanha", disse. "Você vai achar material que tem o nome da presidente e material que não tem. Em nosso material, a eleição estará toda focada em São Paulo."

Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo de São Paulo, participa da série "Entrevistas Estadão" Foto: ALEX SILVA/Estadão
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