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Vamos rever regras com governo cubano, diz Aécio sobre Mais Médicos

Tucano promete manter programa federal, mas não admite contrato diferenciado para cubanos, que são 11 mil dos 14 mil profissionais

Foto do author Pedro  Venceslau
Por Elizabeth Lopes e Pedro Venceslau
Atualização:

Atualizado às 21h59- São Paulo - O senador Aécio Neves (MG), candidato à Presidência pelo PSDB, disse nesta quarta-feira, 16, que um eventual governo tucano não submeterá o programa Mais Médicos do governo federal às regras impostas por Cuba, país que mais “exporta” profissionais para a iniciativa.

“Temos que rever esse acordo. Por que nós é que temos que concordar com o governo cubano?”, perguntou o tucano durante sabatina organizada pelo jornal Folha de S.Paulo, pelo portal UOL, pelo SBT e pela rádio Jovem Pan. “Nós vamos manter o Mais Médicos, vamos fazer com que eles se qualifiquem e estabelecer novas regras para os médicos. Mas não vamos aceitar as regras do governo cubano”, disse o senador.

Segundo candidato, governo brasileiro financia governo cubano por meio do Mais Médicos Foto: Divulgação

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O candidato não explicou, porém, como manteria o programa no caso de rompimento da parceria com Cuba. São do país socialista 11mil dos 14 mil profissionais que atuam no Brasil. O contrato deles é diferenciado em relação aos profissionais de outras nacionalidades.

Para os médicos cubanos são repassados apenas US$ 1.245 – cerca de R$ 2.800 do salário de R$ 10 mil pago pelo programa federal. O restante do vencimento fica com o governo cubano.

Em outras ocasiões, Aécio já havia feito críticas ao formato do Mais Médicos – que é considerado pelo PT uma das vitrines da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff – e sinalizado que promoveria mudanças. As declarações desta quarta, contudo, foram as mais enfáticas até agora.

Aliados do tucano argumentam que o modelo atual tem um forte viés ideológico e que existe no mercado internacional e nacional oferta suficiente para suprir os médicos cubanos caso o governo do presidente Raúl Castro decida romper o acordo e convocar seus profissionais de volta.

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A avaliação do estafe aecista com base em pesquisas internas é que o Mais Médicos é uma “ferramenta de marketing” que foi bem utilizada pelo PT. Como o programa federal é bem avaliado, a decisão foi defender sua manutenção, com ressalvas.

‘Solução testada’. A avaliação entre os petistas é que Aécio está blefando ao dizer que manteria o programa, mas revisaria os contratos. “Na prática, mais uma vez, o candidato do PSDB não conseguiu esconder que quer acabar com o atendimento a 50 milhões de brasileiros, incluindo 7 milhões de paulistas, que antes não tinham médicos e que, graças ao programa Mais Médicos, passaram a ter atendimento básico perto de casa”, disse o ex-ministro da Saúde e candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha.

O programa foi lançado durante a gestão do petista no ministério. “Agora que temos uma solução testada e aprovada por milhões de brasileiros, eles querem mudar a proposta para inviabilizar o programa. Além disso, o Mais Médicos é lei. Ele nasceu de uma demanda de prefeitos de todos os partidos, inclusive do PSDB.”

O deputado federal e médico de formação Cândido Vaccarezza (PT) reforçou a crítica do partido à declaração de Aécio. “Se ele romper o contrato que existe hoje (com o governo cubano), o programa acaba”, afirmou. 

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