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TRE-CE decide pedir reforço de segurança para o segundo turno em Fortaleza

Solicitação de tropas federais ocorre devido a incidentes durante a votação no primeiro turno envolvendo os candidatos Roberto Cláudio (PDT), atual prefeito, e Capitão Wagner (PR)

Por Carmen Pompeu
Atualização:

FORTALEZA  - O pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) decidiu, por unanimidade, nesta quinta-feira, 6, que vai solicitar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o envio de tropas federais para acompanhar a votação em segundo turno em Fortaleza. O pedido de reforço na segurança foi feito nesta terça-feira, 5, pelos juízes das zonas eleitorais da capital cearense.

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Antes de submeter o pedido ao pleno, considerando o disposto no inciso XII do artigo 3.º do Código Eleitoral, que regulamenta a competência privada dos Tribunais Regionais para solicitar ao TSE a requisição de força federal, a presidência do TRE-CE despachou no sentido de ouvir o presidente da Comissão de Segurança Permanente da Justiça Eleitoral do Estado, juiz Mauro Liberato, o procurador regional eleitoral, Marcelo Mesquita Monte, e o governador cearense, Camilo Santana (PT). 

Disputam o segundo turno e Fortaleza, o atual prefeito Roberto Cláudio (PDT) e o deputado estadual Capitão Wagner (PR). O pedido de reforço ocorreu devido ao acirramento dos eleitores dos dois candidatos envolvendo, inclusive, policiais militares simpáticos à candidatura de Wagner Sousa, capitão reformado da corporação.

Atual prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT) faz campanha na capital cearense 

Incidentes. Na votação do primeiro turno, diversos incidentes foram registrados. Em um deles, uma sargento da PM foi retirada à força da cabine de votação, porque queria votar usando uma camiseta com o escudo do Capitão América, símbolo adotado pela militância do Capitão Wagner.

Um outro incidente envolveu a família do secretário de Ciência e Tecnologia do Ceará, Inácio Arruda, ex-senador pelo PCdoB. Policiais usaram de violência para retirar a filha e a mulher dele por suspeitarem que elas estariam fazendo boca de urna nas proximidades do Instituto Federal do Ceará. O PCdoB em Fortaleza íntegra a coligação de partidos que apóiam Roberto Cláudio.

A matéria foi levada ao pleno do tribunal depois que o governador Camilo Santana, em resposta ao presidente do TRE, no Ofício GG n.º 316/2016, posicionou-se "favorável à presença das tropas federais, em Fortaleza, no próximo dia 30 de outubro". 

Durante a apreciação da matéria pelo pleno da Corte, o procurador regional eleitoral, Marcelo Mesquita Monte, também foi favorável à requisção das tropas federais. O procurador argumentou que "percebe que houve tranquilidade no 1.º turno, mas diante do relato dos juízes da capital e da manifestação do governador, que é o chefe das forças de segurança no Estado, não vejo outra saída a não ser concordar com o pedido". 

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O presidente da Comissão de Segurança Permanente da Justiça Eleitoral do Ceará, juiz Mauro Liberato, que também integra a Corte do TRE, também posicionou-se favorável "a fim de resguardar a segurança de servidores, magistrados, mesários e dos próprios eleitores no 2.º turno". 

O presidente do TRE-CE, desembargador Abelardo Benevides Moraes, fez questão de registrar "o enorme esforço feito pelo comando das forças de segurança no Estado e do trabalho realizado pela Polícia Militar do Ceará durante a realização do 1.º turno das eleições em todo o Estado". O desembargador agradeceu o empenho da SSPDS e do Comando da PM-CE e afirmou que "caso o TSE aprove o pedido do TRE, trabalharemos todos juntos, Justiça Eleitoral, forças de segurança do Estado e forças federais, com um só propósito de levar tranquilidade aos eleitores de Fortaleza, no próximo dia 30, para que possam escolher livremente e com total transparência o prefeito da capital nos próximos 4 anos". 

Caucaia. Além de Fortaleza, Caucaia também realizará segundo turno para eleger o novo prefeito. Até agora, os juízes das três zonas eleitorais de Caucaia não se manifestaram sobre a necessidade ou não do pedido de forças federais no município. Mas, durante a sessão, o presidente do TRE anunciou que ouvirá os juízes, através de um PAD (Processo Administrativo Digital), que será aberto para que eles possam se manifestar, e o TRE-CE deliberar sobre o pedido ao TSE.