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Temer afirma que PMDB será oposição 'em primeiro momento' em caso de derrota

Candidato a vice de Dilma Rousseff afirma que em 2018 partido terá candidatura própria ao Palácio do Planalto

Por Mateus Coutinho , Carla Araujo e Valmar Hupsel Filho
Atualização:

 

O vice-presidente Michel Temer (PMDB), candidato à reeleição na chapa da presidente Dilma Rousseff (PT), disse ontem que "a primeira ideia" da legenda seria ir para a oposição em caso de derrota nas eleições. O peemedebista, que reassumiu neste ano a presidência da sigla, lembrou que o PMDB é "o partido da governabilidade". "Não se governa sem o PMDB", afirmou Temer. "Se essa hipótese (de derrota) se verificar, é claro que o PMDB será procurado (pelo novo governo)", disse o vice-presidente, ao participar da série Entrevistas Estadão. Essa situação só seria incerta, afirmou, se a vitoriosa for Marina Silva (PSB). "Penso que (o PMDB) será procurado, a não ser que seja a candidata Marina, porque, ao que parece, ela não vai utilizar os partidos, vai utilizar as pessoas", disse. "Aí talvez, nenhum partido participe do governo." Para Temer, a "nova política" pregada por Marina é um "descrédito absoluto das instituições". "Quem não governa com os partidos, quem não governa com o Congresso Nacional, não consegue governar." Na entrevista, Temer frisou que ele e a maior parte do PMDB trabalham pela reeleição da chapa da qual faz parte. Em discurso alinhado ao de Dilma, o vice-presidente defendeu a condução da economia, um dos principais temas de críticas ao atual governo. Temer elogiou a atuação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que Dilma confirmou em entrevista ao Estado, na segunda-feira, que não continuará no governo em caso de reeleição. "O que a equipe econômica fez deu certo", disse. Temer também concordou com a ideia de "governo novo, equipe nova" anunciada por Dilma. "Mudanças serão necessárias, mas não em todos os ministérios", disse, esquivando-se de dizer onde deveriam ocorrer as alterações. O vice-presidente criticou a proposta de Marina de dar autonomia formal do Banco Central. "É preciso ter um certo controle." Segundo Temer, as propagandas do PT, com fortes críticas a Marina, não são ataques pessoais à candidata, mas sim "embate" político.

 

Temer diz que é difícil governar sem apoio do PMDB. Foto: Alex Silva/Estadão

 

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